Filme do dia (208/2017) - "Amores Expressos", de Wong Kar Wai, 1994 - Em Hong Kong, o policial 223 (Takeshi Kaneshiro) envolve-se com uma misteriosa mulher de peruca loira; na sequência, o policial 663 (Tony Leung) precisa lidar com o término de um antigo relacionamento amoroso, enquanto uma jovem (Faye Wong) encanta-se por ele.
Do mesmo diretor do excepcional "Amor à Flor da Pele", a obra segue a mesma linha de romance e sedução daquele filme. O fio condutor da história e que une as duas narrativas é a paixão que surge subitamente, sem motivo ou controle e que pode (ou não) se esvair na mesma velocidade. Também como em "Amor à Flor da Pele" temos a tensão amorosa e sexual trombando com o limite, o "quase lá" (chega a dar agonia!!!). Enquanto a primeira historieta foca-se no suspense e tem um clima meio "noir", a segunda, mais leve, me lembrou da atmosfera de "O Fabuloso Destino de Amelié Poulin" (como este filme é anterior à obra de Jean-Pierre Jeunet, desconfio seriamente que ele se inspirou nessa história). Certo é que o filme terminou e eu fiquei com com cara de boba e sorriso idiota no rosto por conta desta segunda narrativa. Formalmente, o filme tem uma estética e um ritmo que lembram, em alguns momentos, um videoclip dos anos 90. A fotografia é muito colorida e luminosa e temos diferentes movimentos e efeitos de câmera ao longo da narrativa. O ritmo alterna momentos mais parados com outros mais frenéticos, mas, na média, privilegia o movimento. A trilha sonora, repleta de músicas ocidentais é uma gostosura à parte (apesar dos trechos de saxofone me soarem meio incômodos e datados), com destaque para California Dreamin' de The Mamas and Papas. O elenco não decepcionou e admito que chamou muito a minha atenção pela estética - só gente linda, meu Deus!!!!! A obra é muito bacana e eu curti demais. Recomendo sim.
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