Filme do dia (256/2021) - "As Aventuras de Erik, O Viking", de Terry Jones, 1989 - Durante uma invasão a um vilarejo nos mares nórdicos, o viking Erik (Tim Robbins) mata acidentalmente uma mulher. Ele, então, passa a questionar o estilo de vida de sua gente, baseada em pilhagens e mortes.
Baseado num livro escrito pelo próprio Terry Jones, conhecido por seu trabalho junto ao grupo Monty Phyton, o filme passeia por algumas lendas nórdicas, sem, no entanto, afastar-se do humor que lhe era característico. A história discorre sobre o personagem Erik, um viking sensível e questionador, o qual se sente deslocado entre seus pares, mais preocupados com questões mundanas e fixados em lutas e mortes. Erik procura uma sábia anciã, que lhe ensina como sair do tempo de Ragnarok - um período de trevas e mortes - e, assim, rever o sol, sempre encoberto por Fenrir, o Lobo. Começa, então, a expedição de Erik atrás de uma terra distante, chamada Hy-Brasil, onde estaria a Trompa Retumbante. A narrativa é carregada de humor que pende para o nonsense lembrando os demais filmes do grupo Monty Phyton e tem ótimas tiradas, como a questão das crenças dos vikings versus as do missionário cristão. Também diria que é visionário o arco de Hy-Brasil - o "mundo acabando", mas seus habitantes se negam a acreditar nisso (o "Brasil" do nome não poderia ser mais cirúrgico). O tempo é cronológico e o ritmo bem marcado, acelerando mais para o final. A atmosfera é divertida, leve, até mesmo em cenas que poderiam ter algum peso, alguma sobriedade, como a cena inicial da invasão e pilhagem - e que é uma cena que eu adoro, pois Erik começa a filosofar com sua vítima, perdendo qualquer credibilidade. Alguns efeitos especiais da obra envelheceram meio mal, mas não chegam a estragar o filme, muito mais apoiado no texto ágil e inteligente do que nas imagens. O elenco, delicioso, é encabeçado por Tim Robbins - o ator sempre carregou com ele essa imagem de bom moço, sensível, pacato, perfeito para o personagem Erik, romântico e otimista; John Cleese interpreta o terrível Halfdan, O Negro, um oponente sanguinário e cruel - o ator tem o timing perfeito para a comédia e aqui não é diferente; Terry Jones interpreta o deslumbrado rei Arnulf, que vive imerso nas suas ilusões; Imogen Stubbs interpreta a princesa Aud; Mickey Rooney interpreta o avô de Erik. Menos conhecido dos filmes que tem um pé no Monty Python, eu ADORO a obra, acho-a divertidíssima (e continuo rindo nas mesmas cenas, mesmo já tendo visto umas cinco vezes, por baixo), motivo pelo qual recomendo fortemente.
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