"Batman - O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan, 2008
- hikafigueiredo
- 23 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
Filme do dia (348/2021) - "Batman - O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan, 2008 - Após salvar a cidade de Gothan City do terrível Espantalho, Batman (Christian Bale) irá se deparar com um vilão terrivelmente mais perverso, o desequilibrado Coringa (Heath Ledger).

Brilhante continuação de "Batman Begins" (2005), o filme não apenas mantém as qualidades observadas na obra anterior, mas as suplanta, mostrando-se superior ao primeiro filme. A história acompanha a evolução do herói Batman que, depois de ser alçado a salvador de Gothan City, é posto à prova através do rastro de mortes e destruição deixado por um novo vilão, o Coringa. O roteiro, escrito por Christopher Nolan e seu irmão Jonathan, é bem intrincado e exige certa atenção para não se perder o fio de meada, principalmente pelas "jogadas" do Coringa, sempre imprevisíveis e imorais. A narrativa é linear, num ritmo absurdo e constante - são 2h30min de ação vertiginosa, de tirar o fôlego de competidor de Iron Man!!! A atmosfera é ainda mais sombria, muito pela figura perturbadora do vilão Coringa, um verdadeiro agente do caos, completamente desprovido de empatia e misericórdia. Aliás, o maior mérito deste filme foi o de ter criado um dos melhores vilões de filme de super-herói já visto, o Coringa de Heath Ledger!!! Tecnicamente, o filme é quase irretocável e eu só coloquei o "quase" por conta de algumas cenas noturnas em que eu tive certa dificuldade para perceber o que estava acontecendo (e pode ser culpa da cópia que eu tenho, um DVD da Warner Bros. de qualidade mediana). A fotografia é mais ousada do que a do filme anterior, mas ainda se mantém dentro do convencional. A direção de arte e os efeitos são excepcionais, assim como toda a parte de edição, tanto de imagem, quanto de som. O elenco permaneceu estreladíssimo - Christian Bale, Michael Caine, Gary Oldman e Morgan Freeman mantiveram-se nos mesmos papéis e, como era de se esperar considerando a qualidade dos intérpretes, todos maravilhosos. A insossa Katie Holmes que interpretou a personagem Rachel no primeiro filme foi, aqui, substituída por Maggie Gyllenhaal, que entregou uma personagem muito mais dinâmica e decidida; Aaron Eckhart interpretou o personagem Harvey Dent, um promotor de justiça, honesto e diligente, em uma cruzada pessoal pela justiça... até segunda ordem (sem spoilers). Okay, estão todos muitíssimo bem, maaaaas... o filme é de Heath Ledger como Coringa!!! O ator entregou-se tanto ao personagem que o desgaste emocional que sofreu vem sendo indicado como um dos responsáveis por seu falecimento por intoxicação acidental por remédios, pouco após o fim das filmagens. Seu Coringa é REALMENTE doentio e perverso e em nada lembra as figuras leves dos Coringas de Cesar Romero (1966) ou de Jack Nicholson (1989) - o único que lhe fez frente foi o Coringa de Joaquin Phoenix (2019). Sua interpretação foi tão fora da curva que ele levou tudo que foi prêmio - infelizmente, póstumos: Oscar (2009), BAFTA (2009), Globo de Ouro (2009) e Screen Actors Guild Award (2009), sempre na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. O filme ainda concorreu a outros sete Oscars - Direção de Arte, Fotografia, Mixagem de Som, Efeitos Especiais, Maquiagem, Edição e Edição de Som, sendo agraciado com o último. O filme é grandioso e tem o dom de envolver até quem não é muito fã de filme de super-herói (meu caso). Gosto demais e recomendo.
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