Filme do dia (79/2016) - "Belle", de Amma Asante, 2013 - Grã Bretanha, 1769. Dido Elizabeth Belle (Gugu Mbatha-Raw) é filha de uma escrava negra e um nobre inglês. Com a morte de sua mãe, Dido vai viver com a rica família de seu pai, que sai em uma viagem para as Índias. Inicialmente reticente, seu tio-avô (Tom Wilkinson) e a esposa (Emily Watson) assumem a criação da menina. Os anos se passam e Dido se torna uma linda dama, mas o fato de ser negra faz com que não seja aceita socialmente. A aproximação de um jovem advogado com convicções abolicionistas (Sam Reid) fará com que Dido questione o ordenamento social da época.
Baseada em fatos reais, a obra possui forte tom igualitário e progressista - não apenas a escravidão negra é criticada e colocada como abominável, mas também a questão feminina é levantada em alguns momentos do filme. A história, contada cronologicamente e de forma bem tradicional, flui bem e facilmente conquista o espectador. A forma romântica como são tratados temas que na realidade seriam pesados, conferem leveza à obra. É um belo filme, com um visual bastante requintado e uma direção de arte de época impecável. A personagem Dido, complexa, transforma-se no decorrer da história - inicialmente doce e insegura, a jovem ganha força e convicção ao longo da narrativa e é muito bem interpretada pela linda Gugu Mbatha-Raw. O elenco conta, ainda, com os fenomenais Tom Wilkinson e Emily Watson, os quais dão peso aos seus personagens (e é impossível não babar pelo trabalho dos dois). Tom Felton (o Draco Malfoy de Harry Potter) faz uma ponta como um lorde preconceituoso e arrogante. A má escolha ficou por conta de Sam Reid, que faz o jovem advogado Davinier - ele está péssimo e fala como se tivesse uma batata na boca, um horror. Apesar do tema denso, o filme é um romance leve e vai agradar a quem gosta deste gênero.
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