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"Bubble", de Steven Soderbergh, 2006

  • hikafigueiredo
  • 24 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

Filme do dia (204/2018) - "Bubble", de Steven Soderbergh, 2006 - Numa pequena cidade do interior dos EUA, Martha (Debbie Doebereiner) e Kyle (Dustin Ashley) trabalham juntos em uma fábrica de bonecas. A diferença de idade entre a quarentona e o jovem não impede que sejam muito amigos. A chegada de uma nova colega - Rose (Misty Wilkins) - e o interesse de Kyle por ela, causará certo mal estar entre os amigos.





Melancolia e desesperança. Estes foram os principais sentimentos despertados por essa obra. A narrativa se situa, inteiramente, no terreno da vida cotidiana de pessoas comuns, em um fim de mundo qualquer - uma existência sem glamour, sem emoções e, acima de tudo, sem perspectivas. Nenhum dos personagens tem qualquer condição de sair daquela realidade, eles não tem suporte financeiro ou intelectual para romper aquele padrão, assim como seus anseios são igualmente modestos e imediatistas, bem como seus parcos prazeres. Diante dessa vida desértica, a chegada de Rose - acontecimento banal - causa enorme impacto nos demais personagens. Enquanto Kyle percebe em Rose a excitante possibilidade de um contato mais íntimo, Martha vê na colega uma rival pela atenção do seu melhor amigo, especialmente porque Rose evidencia não ter qualquer interesse na existência de Martha e a exclui das conversas e contatos com Kyle. Não espere uma obra sobre eventos excepcionais - não, o filme trata, principalmente, de acontecimentos comezinhos, do corriqueiro, dos detalhes de vidas comuns. O filme chega a ser incômodo por ser majoritariamente banal e certamente será considerado tedioso por parte do público. O desfecho não destoa do corpo da obra, sendo previsível e compreensível. Apesar de ter gostado do filme e esse ritmo lento não ter me incomodado, esperava um pouco mais de "tempero" no desfecho, apesar de tê-lo imaginado exatamente como foi. Gostei também da construção sutil dos personagens, com pequenas nuances aqui e ali que davam mostras do rumo das relações. O elenco, totalmente formado por atores amadores, conseguiu passar esse tédio, essa falta de perspectiva, dos personagens - possivelmente, a própria falta de traquejo dos atores, contribuiu para uma coisa meio "sem jeito" dos personagens, que veio bem a calhar. Não é um filme fácil e a aceitação, na minha opinião, não será das melhores. Recomendo só para quem gosta de filmes lentos e com um pé na experimentação.

 
 
 

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