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“Casablanca”, de Michael Curtiz, 1942

  • hikafigueiredo
  • 6 de out.
  • 3 min de leitura

Filme do dia (78/2025) – “Casablanca”, de Michael Curtiz, 1942 – Casablanca, Marrocos, 1941. Rick (Humphrey Bogart) é um estadunidense autoexilado em Casablanca por questões judiciais nos EUA. Ele é proprietário do bar mais famoso da cidade, local de encontro de refugiados da 2ª Guerra e de todos que querem conseguir passes para sair da Europa em direção aos EUA. Rick mantém-se neutro e não se envolve com qualquer dos lados da guerra. Certo dia, entra em seu bar Ilsa (Ingrid Bergman), o grande amor de Rick, acompanhada por seu marido Victor Laszlo (Paul Henreid) em busca de documentos que lhes permitam fugir do lugar. Estando na posse de tais documentos, Rick encontra-se frente a um dilema: ajudar Ilsa a fugir com seu marido ou mantê-los presos na cidade, com grande possibilidade de ambos serem enviados para campos de concentração alemães.  


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O filme, um dos maiores – senão o maior – clássico do cinema estadunidense na sua época áurea, trata-se de um drama romântico com um pezinho no suspense, que vem encantando o público das mais variadas épocas. Baseada em uma peça teatral que jamais saiu do papel, a obra tem o dom de envolver e encantar públicos os mais diversos. Eu já havia visto o filme há muitos anos e tinha na memória as questões românticas da história, o que não ajudava a valorizá-lo frente a minha grande má vontade com o gênero romance. Fui revê-lo - parte do meu projeto de escrever sobre todos os filmes da minha coleção – e acabei surpresa com meu novo olhar sobre a obra. Sim, trata-se de um romance frustrado, aquelas situações em que apenas o sentimento, por mais forte e sincero que seja, não se mostra suficiente para manter uma relação por haver causas externas impeditivas para tanto. Mas a forma como o roteiro se desenvolve, amarrando os personagens e as situações, é tão perfeita que é difícil não admirar a obra, por mais que o gênero não me seja tão bem-quisto. A história dos amantes apaixonados que se separam e se reencontram em meio aos perigos e problemas de uma guerra e a forma como algum dos envolvidos terá de, necessariamente, sacrificar-se por um bem maior, são muito sedutoras e dificilmente algum espectador conseguirá escapar dessa sedução. Eu admito que tinha certo ranço do filme e, nessa nova visita, dei “reset” naquele sentimento ruim e acabei admirando a obra. Destaque para a fotografia P&B bem contrastada, em especial em momentos chave, cedendo tensão crescente à narrativa. Destaque, ainda, para a trilha sonora que inclui a icônica “As Time Goes By” e trechos da Marseillaise, talvez o hino mais belo do planeta (apesar da letra traumatizante). Por fim, destaque para um dos triângulos amorosos mais marcantes do cinema, interpretados, com maestria, por seus intérpretes: Humphrey Bogart marca como o cínico Rick, sua personificação do homem que não liga para nada nem ninguém é excepcional, mas é ainda mais marcante quando toda essa sua imagem de homem mau cai por terra ao reencontrar Ilsa e surgir, do nada, alguém bem mais sentimental – o ator consegue fazer com que sua mudança seja crível, o que é inacreditável... e olha que eu nem gosto do ator!!! Ingrid Bergman está, como sempre, maravilhosa – sua Ilsa é magnética e o sofrimento da personagem por ver-se dividida é palpável. Por fim, Paul Henreid imprime ao seu personagem Victor Laszlo uma grandiosidade de caráter que justifica os sentimentos contraditórios da personagem Ilsa. No elenco, ainda, Peter Lorre, Claude Rains, Conrad Veidt e Dooley Wilson como Sam. O filme foi agraciado com o Oscar (1943) de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. Obra obrigatória para qualquer um que queira conhecer cinema de verdade. Encontrado em streaming no HBO Max e Oldflix e no Apple Tv para alugar.

 
 
 

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