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  • hikafigueiredo

Despertar dos Mortos", de George A. Romero, 1978

Filme do dia (224/2021) - Despertar dos Mortos", de George A. Romero, 1978 - Quando os EUA são assolados por uma contaminação que transforma os mortos em zumbis, um grupo de quatro pessoas se refugia em um shopping center, tentando, assim, sobreviver ao caos. No entanto, o local encontra-se repleto de mortos-vivos e estes não são os únicos inimigos à espreita.





Os filmes de George A. Romero podem parecer, à primeira vista, apenas obras de terror com uma inspiração trash graças aos efeitos especiais canhestros, mas são, na realidade, muitíssimo mais que isso. Repletos de críticas, - tanto à sociedade, quanto aos indivíduos -, os filmes são verdadeiras pérolas de conscientização e não têm pudores de colocar o dedo da ferida. Neste filme, temos uma crítica ácida e mordaz ao consumismo desenfreado, às condutas condicionadas socialmente, à falta de solidariedade dos indivíduos, à futilidade, ao despreparo das forças policiais, à incapacidade dos indivíduos de serem cooperativos mesmo nas piores circunstâncias, à priorização da economia em detrimento do bem-estar da população, à manipulação midiática, dentre outros. Assim, vale a pena ver o filme percebendo tudo o que está nas entrelinhas. A narrativa é completamente linear, em um ritmo desenfreado. A atmosfera é de tensão, quase desespero, e verdadeiro descrédito no futuro. O filme tem um quê bastante autoral, tanto pela forma como as críticas são colocadas, quanto pela linguagem que foge um pouco do convencional. A fotografia é construída através de muitos ângulos de câmera surpreendentes, criativos e sofisticados. A trilha sonora é provocativa, principalmente nas cenas dentro do shopping center - não deixa de ser cômica aquela musiquinha insuportável de elevador em um ambiente repleto de zumbis famintos. Os efeitos especiais são muito vagabundos (pelo menos atualmente), trazendo o filme para perto do trash e do slasher - é muito sangue cenográfico e vísceras expostas, tudo muito fake. As interpretações também não são a sétima maravilha do mundo, mas não chegam a atrapalhar a experiência. No elenco, Ken Foree como Peter, Scott H. Reiniger como Roger, Gaylen Ross como Francine e David Emge como Stephen - na minha opinião, quem se sai melhor é Ken Foree. O filme é ótimo, divertido e instigante. Aconselho, lembrando apenas que tem lá seu apelo trash.

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