Filme do dia (213/2018) - "Dias e Noites", de Christian Camargo, 2013 - EUA, 1984. Durante um fim de semana, a famosa atriz Elizabeth (Allison Janney) retorna para a casa de sua família, numa afastada zona rural, oportunidade em que antigos anseios, desavenças e frustrações relacionados aos seus familiares virão à tona.
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Adaptada de uma peça de Tcheckhov, a obra discorre sobre o relacionamento estabelecido entre os personagens, com foco em Elizabeth e seu filho Eric, um aspirante a autor de teatro. Como não conheço a peça, não tenho condição de traçar um paralelo entre ela e o filme, mas, considerando a questão dos conflitos familiares apresentada, posso afirmar que a obra encontra-se bastante aquém de outros filmes com a temática semelhante, tais como "Festa de Família" (Thomas Vintenberg, 1998) e "Álbum de Família" (John Wells, 2013), tanto no que diz respeito à densidade da história quanto no desenvolvimento da narrativa. A ideia de transferir a história para o universo norte-americano também me deu certo "ranço" e achei as inúmeras referências ao país e ao nacionalismo norte-americano, tais como a águia e a propaganda eleitoral de Ronald Regan, bem babaca. O início da obra é lentíssimo e demorou demais para eu começar a me relacionar com a história, que, por sinal, não me envolveu realmente em momento algum (talvez até por causa da excessiva referência aos EUA, extraindo qualquer universalidade da obra). Poderia dizer, tranquilamente, que não curti o filme, mas a cena final foi suficientemente boa para salvar um pouco a produção, de forma a me fazer repensar essa rejeição absoluta - okay, okay, a obra tem alguns méritos, não é de todo dispensável. Tenho de admitir que a obra é esteticamente bonita, tem uma fotografia bastante caprichada e aproveita bem a locação escolhida. Mas o que realmente salva o filme de um retumbante naufrágio é o elenco excepcional escolhido - além da talentosíssima Allison Janney (de quem sou fã desde "Beleza Americana"), ainda há atores do quilate de William Hurt, Michael Nyqvist (amo, amo!!!), Jean Reno e Mark Rylance, todos muito bem em seus respectivos papeis. Como já dito, destaque para a cena final, na minha opinião, a melhor de todo o filme. A obra é bem morninha, falha em muitos aspectos, mas tem um elenco que realmente fez a diferença. Ainda assim, prefiro recomendar os outros filmes mencionados com esse tema, ao invés deste aqui...