Filme do dia (245/2017) - "Dogma do Amor", de Thomas Vinterberg, 2003 - 2021. No momento em que o mundo passa por um estranho desequilíbrio físico, John (Joaquin Phoenix) viaja da Polônia para Nova York, para encontrar sua esposa Elena (Claire Danes), de quem está separado há um ano, para que ela assine os papeis do divórcio. Mas a percepção de que algo está errado com ela fará com que eles voltem a se aproximar e tenham de lutar por sua sobrevivência.
Filme estranho. Uma mistura de ficção científica, drama e romance que faz uma severa crítica ao individualismo, à falta de empatia e ao egoísmo humanos. Na obra, os estranhos eventos físicos da Terra relacionam-se diretamente à natureza perversa do ser humano, sua frieza, sua apatia, sua falta de amor, e tudo isto repercute sobre os casal central da trama (e sobre todos os demais seres humanos). O argumento é realmente interessante e é bem conduzido pelo diretor Vinterberg. Tecnicamente, o filme é bastante tradicional e em nada lembra as obras do diretor sob os preceitos do Movimento Dogma 95, encabeçado por Vinterberg e Von Trier - aqui temos uma fotografia limpa, enquadramentos regulares, uso habitual de locações, cenários, trilha sonora, enfim, tudo bem habitual. Quanto às interpretações, Joaquim Phoenix não decepciona, mas está longe de ser sua melhor atuação. Não vi muita graça na interpretação de Claire Danes, mas também não estragou nada. Sean Penn faz uma participação, mas também nada a altura de seu talento. A obra é bem diferente, original, causa certo incômodo pelo pessimismo extremo, mas é bastante bem dirigido e, no fim das contas, acho que me agradou muito (o "acho" é por conta do tempo que precisei para digerir a história). Recomendo, mas não veja num dia que você esteja meio "deprê".
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