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  • hikafigueiredo

"Elegia de Osaka", de Kenji Mizoguchi, 1936

Filme do dia (09/2020) - "Elegia de Osaka", de Kenji Mizoguchi, 1936 - Ayako (Isuzu Yamada) é uma jovem com problemas familiares que se vê assediada por seu chefe, de quem acaba se tornando amante. Sua conduta irá desencadear uma série de reações nas pessoas que a rodeiam.





Primeira obra do diretor, o filme discorre sobre a condição feminina no Japão dos anos 30, retratando uma personagem que, conquanto oprimida pela sociedade em geral, de forma sutil se rebela e contrapõe-se àqueles que a oprimem, inclusive tendo condutas consideradas escandalosas para a época. Um mérito do filme é mostrar como o julgamento pela sociedade é diferente entre homens e mulheres - aquilo que é tolerado para homens é, com frequência, condenado em mulheres, que suportam uma carga muitíssimo superior de críticas e julgamentos que seus pares do sexo masculino. Apesar da temática importante, achei o desenvolvimento da obra bastante truncado - as ações dos personagens ocorrem aos trancos, aos pulos, não fluem com naturalidade, o que me incomodou bastante. É perceptível como o diretor, aqui, ainda está "verde", assim como sua evolução é evidente quando consideradas as obras posteriores. A qualidade da imagem está bastante aquém da dos filmes seguintes, considerando desde a fotografia até a direção de arte. Outro mérito da obra é a presença da maravilhosa Isuzu Yamada, ainda bem jovem e evidentemente inexperiente, mas já mostrando sua capacidade e talento. A obra está longe da magnitude alcançada pelo diretor em filmes posteriores, mas, para a primeira incursão como diretor, até que tem méritos. Não começaria a conhecer a filmografia de Mizoguchi por ele, isto é certo. Recomendo apenas para interessados em se aprofundar nos filmes do diretor (mas comecem pelos grandes filmes, pelamor).

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