Filme do dia (101/2020) - "Em um Mundo Melhor", de Susanne Bier, 2010 - Anton (Mikael Persbrandt) é um médico que divide seu tempo entre sua casa em uma pequena cidade da Noruega e um campo de refugiados na África. Seu filho Elias (Markus Rygaard) sofre bullying na escola até ser defendido por Christian (William Johnk Nielsen), um aluno novo que acaba de perder a mãe. Juntos, as duas crianças aprenderão a lidar com sua revolta e seus afetos.
Belíssimo filme de Susanne Bier, agraciado com o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 2011, a obra mostra como a violência se dissemina, produzindo mais e mais violência; mostra, ainda, o poder redentor do perdão em contraposição ao poder destrutivo da vingança. Na história, Anton vivencia, no campo de refugiados, casos de barbárie extrema e, até para manter seu equilíbrio e sanidade, aprenda a "neutralizar" essa violência. Em sua casa, na Noruega, seu filho e, principalmente, Christian, seu novo amigo, flertam com a violência, vingando-se de quem lhes faz mal de alguma espécie. É bonito a forma como a história é conduzida para demonstrar que a violência jamais é solução de nada e que a tendência é que ela seja reproduzida em escalas cada vez maiores até ser rompida por alguma das partes. O filme trata, ainda, da construção dos afetos e da superação de diferenças e dores envolvendo pessoas que se gostam. É um filme com uma carga dramática grande, mas que termina com um desfecho otimista. Destaque para as cenas no campo de refugiados da África - além de serem as mais densas e pesadas, elas retratam bem a angústia vivenciada por quem vive sob aquela condição, inclusive o médico Anton. Além da direção segura de Susanne Bier, a obra conta com interpretações inspiradas, tando dos adultos, quanto das crianças. Destaque para a atuação de Trine Dyrholm como mãe de Elias. O formato do filme é bem quadradão, mas isso não o impede de ser ótimo e sensível. Adorei e recomendo.
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