Filme do dia (130/2020) - "Epidemia", de Wolfgang Petersen, 1995 - O Coronel Sam Daniels (Dustin Hoffman), especialista em doenças infecciosas. é chamado, às pressas, a um pequeno vilarejo no Zaire, local onde descobre um novo vírus, altamente contagioso e com 100% de letalidade. Como todos na vila morreram, Daniels retorna para os EUA, despreocupado, pois aparentemente o vírus fora isolado naquele local. Mas será que ele foi isolado realmente?
Continuando a maratona sobre epidemias, encontro esse filme na Netflix e resolvo arriscar. Já nos primeiros minutos, me dou conta de que já havia visto a obra, na época de seu lançamento.Como me lembrava de apenas uma ou duas cenas, continuei a empreitada. Ao fim, descobri porque mal lembrava do filme - porque ele é muito over, completamente paranoico e 100% maniqueísta. Okay, concordo que o exército norte-americano pode ser genocida, mas o filme é tão surreal que não dá para levá-lo a sério. Mas vamos por partes. Primeiro, é um filme alarmista. Não há notícias de qualquer vírus com 100% de letalidade, nem mesmo o Ebola é assim; nenhum vírus, nem bactéria, nem nada, mata em pouco mais de 24 horas como no filme, ou a vida na Terra já teria sido dizimada; além disso, por mais que pessoas dentro do exército possam ser verdadeiras assassinas - bem... temos exemplo bem perto de nós - acreditar que toda a cúpula do exército, médicos, políticos, todo mundo é genocida em potencial, é acreditar que toda a sociedade está doente. Menos, bem menos. Segundo, é um filme maniqueísta - só temos vilões sanguinários ou heróis imaculados, não existe o "cinza" na história. Terceiro, cientificamente, o filme é todo errado - um soro demora anos para ser feito, ninguém faz soro contra qualquer doença, desenvolvido por qualquer micro-organismo, em meia hora... Enfim, a obra não tem nenhum compromisso com a realidade, é apenas um filme de ação com grande licença poética para tratar do assunto "epidemia". Dos três filmes vistos até agora, é definitivamente o mais fraco. O ritmo é crescente e chega à histeria, do tipo "corrida contra o tempo". Efeitos especiais okay, principalmente se pensarmos que o filme tem 25 anos. O elenco é todo estrelado: Dustin Hoffman interpreta o herói magnânimo que fará de tudo para salvar os doentes, até mesmo desobedecer ordens de seus superiores hierárquicos (aham... a gente vê isso todos os dias nas Forças Armadas...); Rene Russo, como cientista e ex-esposa do personagem Daniels está mais convincente e bem menos maniqueísta; Morgan Freeman e Donald Sutherland como os generais malvadões também saem um pouco da curva (generais malvadões existem, claro, mas aqui eles são tão exagerados que ficam inverossímeis....);Cuba Gooding Jr.,Patrick Dempsey e Kevin Spacey completam o elenco (gente... sei que o Kevin Spacey é um assediador, uma pessoa horrível, etc, etc, etc... mas ele foi meu ator predileto por anos e sinto falta de vê-lo atuando em filmes... julguem-me por isso...). A obra segue a linha "desgraceira por segundo", do tipo "2012" (2009), "Guerra dos Mundos" (2005) e cia. limitada, só que no quesito "doenças". Eu não perderia meu tempo vendo (e eu assisti a ele duas vezes... que bosta ter memória de peixinho dourado, viu...).
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