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hikafigueiredo

"Era Uma Vez... Em Hollywood", de Quentin Tarantino, 2019

Atualizado: 23 de ago. de 2019

Filme do dia (108/2019) - "Era Uma Vez... Em Hollywood", de Quentin Tarantino, 2019 - 1969. Em Hollywood, um ex-astro da TV, Rick Dalton (Leonardo Di Caprio) luta para não ser esquecido. Seu "fiel escudeiro" é seu antigo dublê Cliff Booth (Brad Pitt), tornado motorista e "faz-tudo" de Rick. Um dia, novos vizinhos se mudam para a mansão ao lado da do ator - o renomado cineasta Roman Polanski e sua esposa, a atriz em acensão Sharon Tate (Margot Robbie), atiçando o ex-astro televisivo a sonhar com o cinema.

Antes de tecer qualquer comentário sobre a obra, faz-se necessário uma confissão - eu adoro o Tarantino e acho incrível a capacidade do diretor de reciclar tudo o que já foi feito - não só no cinema, mas em toda a cultura pop - e criar filmes incríveis. Assim, admito que tenho forte tendência a curtir demais tudo o que o irreverente diretor faz - não tem uma só obra do Tarantino que eu não curta. Isso posto, vamos ao filme. Tarantino, como em outros filmes anteriores, escolhe um universo como ambiente e deita e rola nele - no caso, temos o mundo das produções televisivas e cinematográficas. O personagem central - Rick - vive num quase limbo entre os seriados para TV e o cinema B, jamais alcançando as grandes produções cinematográficas sobre as quais tanto sonha. Como também já fez antes, Tarantino faz uso de personagens reais, históricos, mesclando-os com personagens fictícios e criando uma realidade paralela, ou melhor, alternativa, àquela que conhecemos. No caso, passam pela tela o diretor Roman Polanski, a atriz Sharon Tate, os atores Steve McQueen e Bruce Lee, a integrante da família Mason Lynette Fromme, a cantora "Mamma" Cass, e por aí vai. Deste pout-pourri de pessoas reais e fictícias temos a criação de uma história que altera completamente a realidade - coisa já experimentada em "Bastardos Inglórios" com a magnífica cena de Shosanna

<3 <3 <3 Podemos dizer que o filme tem dois "momentos" - uma longa apresentação dos personagens, ambientando-os naquele grande universo das produções de cinema e TV e o clímax que recria a fatídica noite em que a família Mason se dirigiu àquele ponto do planeta e expôs toda a sua loucura. Com relação ao todo do filme - suspeita ou não, eu gostei DEMAIS da obra, fiquei envolvida e me diverti MUITO, principalmente no clímax da narrativa. No entanto, surgiram algumas questões: não gostei de como o ator Bruce Lee foi retratado, achei, inclusive, desrespeitoso. Fiquei meio assustada com a reação do público - dentre o qual, eu mesma - a algumas cenas mega violentas - apesar de ter dado risada, na hora mesmo me dei conta de que aquela reação era psycho total, porque incluía muita, MUITA, violência - e todo mundo lá, gargalhando. E, de tudo, o que mais me marcou, foi uma certa tristeza, uma certa melancolia, que me surgiu ao fim do filme, por saber o que aconteceu realmente aquela noite, quando os integrantes da família Mason passaram por lá... não consegui deixar de pensar na atriz Sharon Tate e seus convidados e no horror que eles viveram... Mas, voltando ao filme, acho que foi uma obra arriscada e corajosa, pois poderia ser muito incompreendido. Well, eu gostei e gostei muito. Destaque eterno para a estupenda trilha sonora, para a direção de arte de época fascinante, para o figurino belíssimo e para o roteiro que equilibrou bem drama, suspense e comédia. Nem tem o que falar da direção, né? Sobre as interpretações, Di Caprio está bastante bem (mas já vi melhor em outras obras), Pitt idem (ele brilha na cena mais eletrizante; e continua lindo aos "50 e vrau"). Margot Robbie faz uma Sharon Tate um pouco ingênua demais para o meu gosto (mas acho que faz parte da história criar essa Sharon Tate quase imaculada). Al Pacino interpreta um papel menor, mas é sempre um prazer vê-lo em tela. Dakota Fanning tem um olhar bem louco como Lynette Fromme - bem adequado. Emile Hirsch ficou meio apagado, em papel secundário. Vou parar por aqui porque tenho vontade de escrever até 2022 sobre o filme. Eu curti demais.



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