Filme do dia (163) - "A Cadela", de Marco Ferreri, 1972
- hikafigueiredo
- 10 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Filme do dia (163/2017) - "A Cadela", de Marco Ferreri, 1972 - Giorgio (Marcello Mastroianni) vive isolado em uma ilha na companhia de seu cachorro Melampo. A chegada de uma estranha e sensual mulher, Liza (Catherine Deneuve), modificará a realidade de Giorgio e uma relação de dominação/submissão se criará a partir de então.

Obra um pouco hermética, muito mais pela sua aspiração em discutir as questões de homem/natureza e homem/sociedade através do isolamento inicial de Giorgio e, posteriormente, da relação que se estabelece entre este e Liza, do que pelo desenvolvimento da narrativa em si, que, despida dessa discussão, surge só como um filme esquisito, pode agradar e desagradar quase na mesma medida. Não é, definitivamente, um filme muito fácil e pode, facilmente, ser visto como uma ode à misoginia à partir da submissão que Liza assume em relação a Giorgio. Eu, particularmente, achei que para se extrair uma discussão minimamente interessante sobre o filme, há que se cavar muito e, sinceramente, não me animei a tanto. Achei a obra arrastada e meio pedante. Formalmente, é um filme bem setentista, com aproximações de plano rápidas e uma fotografia meio esmaecida. Uma trilha sonora bem chatinha acompanha o filme inteiro e é repetida à exaustão. Se algo se salva nessa obra pretensiosa, é a atuação da dupla de protagonistas - Marcello Mastroianni, lindo como sempre (fan detected), mantém a qualidade extrema de interpretação, e Catherine Deneuve, quase irreconhecível (que falta faz uma maquiagem), surpreende num papel que foge à sua habitual sofisticação. Ainda que concorde que é uma obra ousada, ela não me cativou nem me convenceu e, por pouco, não sou vencida pelo sono. Só para fortes.
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