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hikafigueiredo

"Fome", de Henning Carlsen, 1966

Filme do dia (53/2017) - "Fome", de Henning Carlsen, 1966 - Um jovem escritor (Per Oscarsson) tenta sobreviver de seu talento, mas, sem dinheiro, é consumido pela fome. Orgulhoso, o escritor oculta de todos - conhecidos ou não - sua situação de penúria, buscando, a todo custo, conservar sua dignidade.





Adaptação cinematográfica da obra de mesmo nome do autor norueguês Knut Hamsun, o filme - apesar de bom, tocante e incômodo - foi um dos mais árduos de se assistir que eu já me deparei. Com poucos diálogos, uma fotografia P&B granulada e uma trilha sonora meio dissonante, a narrativa acompanha alguns dias do jovem escritor e sua luta diária para simplesmente manter-se vivo, apesar do mal-estar físico, das alucinações e da fraqueza por não se alimentar. O personagem passa o tempo todo escondendo de todos sua condição, negando qualquer auxílio por sentir-se humilhado, o que, para o espectador, é uma tortura. Por um lado, o filme é incômodo por retratar, tão cruamente, a miséria e, especificamente, a fome. Por outro, é um filme difícil pela lentidão extrema e por não acontecer nada além do dia-a-dia do personagem. Mas, se o filme tem um grande mérito, este reside na interpretação visceral, quase agonizante, de Per Oscarsson, tão excepcional que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator em Cannes, em 1966. É bom? É. É fácil e/ou agradável de ver. Não. Só recomendo para garimpeiros do cinema mesmo.

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