Filme do dia (162/2021) - "Fuja", de Aneesh Chaganty, 2020 - Após um parto complicado, Diane (Sarah Paulson) torna-se mãe solo de uma bebê com muitos problemas de saúde. A pequena Chloe cresce (Kiera Allen) e, a despeito de seus problemas de saúde, que a obrigam, inclusive, a fazer uso de uma cadeira de rodas, ela tem muitos planos e sonhos para a sua vida. Mas, talvez, nem tudo seja como Chloe espera.
O thriller em questão é daqueles que nos deixa paralisados na cadeira de tão tenso! A história gira em torno de uma jovem cadeirante e sua controladora mãe. Com uma saúde frágil, Chloe é uma garota de dezessete anos que sempre estudou em casa e não possui amigos. Sempre sob os cuidados e orientação de sua mãe, Chloe sonha em cursar uma faculdade e espera ansiosa sua aprovação nas provas de admissão. Tudo vai bem até que Chloe encontra um estranho remédio dentre as compras de sua mãe. Daí em diante, a história vira uma bola de neve - quanto mais a garota questiona e busca explicações para suas dúvidas, mais perguntas sem respostas surgem - e a vida de Chloe começa a, gradualmente, esfacelar-se. A narrativa torna-se ainda mais tensa pelo fato da personagem Chloe ter dificuldades relacionadas à sua mobilidade, o que a tornam presa fácil para sua controladora mãe. A narrativa é linear, num ritmo crescente. A atmosfera é claustrofóbica, angustiante e aflitiva e nos faz ter enorme empatia pela jovem Chloe. Na história praticamente não há mais personagens - a narrativa concentra-se naquele diminuto núcleo familiar. O filme, inclusive, abre espaço para uma interessante discussão acerca da família e de como esta nem sempre significa um porto seguro e um local de acolhimento, podendo, muitas vezes, significar justamente a origem de todo o tipo de sofrimento e dores. Aqui vale destacar o excelente trabalho da dupla de atrizes: Sarah Paulson, veterana, demonstra todo o seu talento como a narcisista, egoísta e neurótica Diane; e Kiera Allen mostra vigor como a determinada Chloe, que não se deixa abater por suas limitações físicas e luta como pode para se desgarrar da teia em que é colocada. A tempo, a atriz é realmente cadeirante, num importantíssimo e louvável exercício de representatividade! A obra é bem bacana, me vi profundamente envolvida pela trama e torcendo feito louca pela personagem Chloe. Recomendo. Está na grade da Netflix.
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