“Galinha”, de György Pálfi, 2025

Filme do dia (118/2025) – “Galinha”, de György Pálfi, 2025 – Uma galinha foge de uma granja e ganha o mundo. Sendo acolhida pelo dono de um restaurante, ela tem o sonho de virar mãe, mas como evitar que seus ovos sejam sequestrados pelo dono do restaurante?

Quando vi a sinopse deste filme, eu não acreditei que pudesse render algo que prestasse. Pois bem, rendeu. E muito. O filme, de criatividade ímpar, entrega humor, tensão, drama e, por incrível que pareça, até romance. Acompanhando as desventuras de uma galinha, a obra consegue nos induzir a torcer pela ave, entender suas intenções e, lá pelas tantas, a gente chega “perceber” as expressões da protagonista – é claro que uma galinha não tem qualquer expressão facial, mas o público fica tão envolvido pela história que, sim, começa a ver coisa onde não existe! Paralelamente, a narrativa acompanha um drama humano relacionado à família do dono do restaurante e faz até menção à questão da imigração ilegal na Grécia, com resultados trágicos e que tem relação direta com a nossa protagonista, a galinha. Destaque para as cenas do falcão e da chegada do galo novo, ambas hilárias. Destaque, também, para a montagem, responsável por boa parte das “leituras” do espectador e para a trilha sonora, muito criativa, principalmente nas partes... como diria?... românticas? O filme é bizarríssimo, tem muita cara de festival de cinema e vale muito a pena para quem quer ter uma experiência diferente e extremamente divertida. Trigésimo terceiro filme visto na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.