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hikafigueiredo

"Grease - Nos Tempos da Brilhantina", de Randal Kleiser, 1978

Filme do dia (82/2021) - "Grease - Nos Tempos da Brilhantina", de Randal Kleiser, 1978 - Califórnia, 1959. Sandy (Olivia Newton-John) e Danny (John Travolta) conhecem-se na praia e, apaixonados, têm um rápido romance de verão. Qual não é a surpresa quando descobrem que estarão estudando no mesmo colégio. Ocorre que Danny tem fama de malandro e Sandy é uma mocinha virginal, o que trará problemas para o relacionamento do casal.





Já perdi as contas de quantas vezes eu já vi esse filme... Esta é uma dessas obras em que a memória afetiva torna quase impossível ter uma dimensão imparcial do filme, em todo caso, vamos lá. A obra é um romance musicado que se passa em fins da década de 50 e, apesar de algumas críticas atuais acerca de preconceitos e condutas alegadamente presentes no filme, continua sendo, para mim, um marco dos filmes musicais. Antes de qualquer coisa, preciso derrubar algumas críticas ao filme. A história foi considerada, por parte do público mais novo, sexista, racista e homofóbica. Gente... pelamor... O filme se passa na década de 50!!!! Os EUA era, assumidamente, sexista, racista e homofóbico nessa época!!!! As lutas pelos direitos civis dos negros estavam apenas começando, o que justifica uma escola sem qualquer aluno negro em seu quadro discente. Também não havia luta pelos direitos civis dos homossexuais, o que explica que os pares do concurso de dança tivessem de ser, obrigatoriamente, formado por um rapaz e uma moça. E, por fim, ainda era a regra o "bom-mocismo" entre as garotas, o que explica as atitudes consideradas machistas e sexistas relacionadas às personagens Sandy e Rizzo. Em outras, palavras, o filme retrata a sociedade como ela era naquele tempo e não dá para fazer um filme de época com a realidade dos anos atuais!!! Eu até entendo o incômodo gerado no público devido a tais questões (o que também acontece comigo em muitas obras), mas era mais ou menos assim mesmo nos anos 50. Então, já justificadas certas questões, sigamos em frente. O cerne da história é justamente o conflito entre o comportamento recatado de Sandy e a atitude mais "controversa" de Danny e suas tentativas de se "acertarem". Eu admito que até acho o recato excessivo de Sandy meio chatolino, mas, sem ele, não haveria conflito nem história, portanto... A obra tem algumas das músicas mais icônicas do cinema como "Summer Nights" e "You're the One That I Want", cantadas pelos intérpretes Olivia Newton-John e John Travolta, mas a que eu mais adoro mesmo é "Look at Me, I'm Sandra Dee", uma crítica debochada ao bom-mocismo das "garotas de família" da época. A narrativa é linear e o ritmo bem marcado. A direção de arte de época é bem propícia e, tecnicamente, o filme é bem padrão Hollywood da época. No elenco, John Travolta, Olivia Newton-John e Stockard Channing, respectivamente como Danny, Sandy e Rizzo. Observação: na época da produção do filme (1978) os intérpretes dos personagens adolescentes eram sempre muito mais velhos que os personagens... Para ter uma ideia, Danny deveria ter 18 anos e John Travolta tinha 24; Sandy e Rizzo deveriam ter por volta de 17 anos e as atrizes tinham 30 e - pasmem - 34 anos , na época do lançamento da obra - eu acho isso engraçado, porque nenhum deles parece, minimamente, um adolescente... rs. Olha, este é um musical delicinha, pelo qual tenho um carinho imenso e, assumo, dificuldade em ver criticamente. Sorry, o relato vai ser parcial mesmo. Eu adoro - meu "guilty pleasure" - e recomendo!

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