Filme do dia (367/2021) - "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa", de Jon Watts, 2021 - Após ter sua identidade revelada, Peter Park (Tom Holland) vê sua vida virar do avesso. Temendo as consequências que isso acarretará para sua existência e as dos seus, ele busca uma forma de resolver a questão.
Antes de mais nada: vou subverter a minha própria regra e, dessa vez, haverá SPOILERS. Tentarei que as revelações sejam as mínimas possíveis, mas alerto para quem não gosta de ter qualquer informação que é impossível falar do filme sem pelo menos um SPOILER, portanto, se este for seu caso, pare de ler AQUI.
Como nos demais filmes do Universo Marvel, a obra começa de onde a última terminou, ou seja, do momento em que o personagem Mysterio revela a identidade do Homem-Aranha. Peter Park, subitamente transformado em celebridade, precisa lidar com fãs e detratores em medidas iguais e descobre que isso traz consequências não apenas para si, mas para todos aqueles que o cercam. Procurando uma forma de reverter o estrago, Peter busca a ajuda do Dr. Estranho, mas ocorre um problema no processo e isso acaba provocando uma abertura para o multiverso - as realidades de diferentes universos de dimensões diversas. A ideia - que já há muito vinha sendo especulada pelos fãs do herói - era juntar os diferentes Homens-Aranhas em um único filme e é exatamente isso que acontece na história. Isto posto, vamos às considerações. O argumento da história é perfeito - não há quem não gostaria de ver personagens dos vários filmes do Homem-Aranha interagindo entre si. O problema é que o roteiro é... uma desgraça. Tem tanta coisa sem sentido e tanta ponta solta que é quase impossível defendê-lo. Há momentos em que a história ofende a lógica dos personagens - desculpa aí, mas o Homem-Aranha jamais daria "olé" no Dr. Estranho e é disso para pior. No entanto, o roteiro ruim não impede que a história seja divertida e seja possível aproveitá-la, principalmente para quem quer entretenimento rápido e não vai ficar analisando a fundo os detalhes de roteiro. E, sinceramente, o filme junta vilões e heróis de todos os seus antecessores e temos de combinar que isso é muito bom!!!! O cinema quase veio abaixo quando o Homem-Aranha de Andrew Garfield apareceu e isso foi emocionante. Enfim, temos uma ideia apaixonante em um roteiro ruim, é isso. A narrativa é linear, em ritmo frenético. Tecnicamente, o filme deixa a desejar. Ao contrário dos demais filmes da franquia e do Universo Marvel, há efeitos especiais bem mambembes, que se alternam com outros bastante bons (essa percepção foi clara no início do filme, que parece que concentrou os efeitos ruins, pois, à medida em que caminhamos para o final da história, os efeitos melhoram consideravelmente ... ou o espectador já se acostumou, não sei). Fotografia, direção de arte, edição e edição de som mantêm a qualidade esperada para um blockbuster dessa magnitude. O elenco é responsável pelo ponto alto da obra: além da gracinha do Tom Holland, temos Andrew Garfield (amo esse rapaz!) e Tobey Maguire como o trio de Homens-Aranhas, todos "pegando bem o espírito da história" e embarcando na brincadeira. O retorno dos vilões dos demais filmes também trouxe Willem Dafoe, Alfred Molina, Jamie Foxx, Rhys Ifans e Thomas Haden, com destaque para os três primeiros - destes, Willem Dafoe é o que desenvolve melhor seu personagem, até mesmo pelo próprio ser mais complexo que os demais. No elenco, ainda, Zendaya, Marisa Tomei, Jacob Batalon, J.K. Simmons, Jon Favreau, Benedict Wong e, claro, a cereja do bolo, Benedict Cumberbatch como Dr. Estranho. O filme é ruinzinho, viu, mas para acompanhar um balde de pipoca e urrar quando os demais Homens-Aranhas aparecem na tela, ele é para lá de suficiente. Bom para levar a criançada e para deixar o cérebro em stand-by por 2h28min.
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