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“Homem com H”, de Esmir Filho, 2025

  • hikafigueiredo
  • 1 de mai.
  • 2 min de leitura

Filme do dia (31/2025) – “Homem com H”, de Esmir Filho, 2025 – Brasil, década de 40. O pequeno Ney cresce numa família conservadora, filho de um pai militar extremamente rígido. Seu claro interesse pelas artes desgosta seu pai, que não hesita em castigá-lo fisicamente. Na juventude, Ney (Jesuíta Barbosa) abandona o lar familiar e sai pela vida em busca de seus sonhos, revelando-se um artista multifacetado.




 

Não sei se é por adorar a figura exótica e andrógina de Ney Matogrosso ou por ser fã declarada do ator Jesuíta Barbosa, mas é certo que eu AMEI a cinebiografia do artista. A narrativa – que acompanha momentos cruciais da vida e da carreira artística de Ney – é bastante hábil em apresentá-lo como um indivíduo livre, despojado de moralismos tolos, enfrentador de regras sociais lastreadas em preconceitos e, ao mesmo tempo, amoroso com os seus entes queridos, ético e muito coerente. O filme, ainda, retrata Ney dentro e fora dos palcos, de forma que o espectador consegue saborear a presença marcante do artista nas mais diversas situações. Amei cada segundo em que o personagem Ney interpreta suas principais músicas – desde “Sangue Latino”, lááááá dos Secos & Molhados, início de sua jornada como artista, até suas últimas canções, em shows em que Ney, já octogenário, mantém uma performance provocadora e muito sensual. A narrativa é linear, em ritmo marcado, e formato bem convencional – talvez, sendo Ney a pessoa transgressora que é e sempre foi, uma linguagem cinematográfica mais ousada coubesse melhor em sua história, mas, mesmo assim, o filme é muito válido e extremamente saboroso! A atmosfera é de ansiedade, no sentido de aguçar a nossa vontade de saber mais sobre o ídolo e de querer devorar sua história. Deixo um aviso que há várias cenas ousadas entre Ney e seus muitos parceiros e parceiras, então, pode ser que os mais pudicos se incomodem um pouco (como não é o meu caso, eu adorei toda aquela liberdade e entrega ao prazer. Destaque óbvio para a trilha musical maravilhosa do artista. Destaque, também, para o desenho de produção perfeccionista, que reproduziu com detalhes os figurinos escandalosos e bizarros e a maquiagem ousada das muitas performances do cantor. Sobre o elenco, achei a interpretação de Jesuíta Barbosa sublime no que tange às apresentações no palco – ele performou Ney Matogrosso com uma fidelidade inacreditável!!!! Quando fora do palco, Jesuíta manteve-se perfeitamente dentro do personagem, mas, em alguns momentos, achei sua expressão corporal um pouco exagerada – mas, não se preocupe, nada que estrague a experiência maravilhosa do filme. Vale mencionar a presença discreta, mas sempre marcante, de Hermila Guedes como a mãe de Ney e o trabalho de Rômulo Braga como o pai do cantor. Apesar do esforço de Jullio Reis, não consegui “enxergar” Cazuza em sua interpretação (mas justiça seja feita, muito mais pela questão física do que pelo trabalho de atuação do ator). Bom... eu amei o filme, pretendo em breve revê-lo – está em cartaz nos cinemas – e recomendo DEMAIS!!!!!

 
 
 

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