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“Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes”, de Trey Edward Shults, 2025

  • hikafigueiredo
  • há 11 minutos
  • 3 min de leitura

Filme do dia (38/2025) – “Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes”, de Trey Edward Shults, 2025 – O cantor Abel Tesfaye (The Weeknd) encontra-se em crise em decorrência do término de um relacionamento. Estando em meio a uma turnê, seu empresário e amigo Lee (Barry Keoghan) insiste para que ele mantenha suas apresentações. Quando, no meio de um de seus shows, ele conhece a fã Anima (Jenna Ortega), o astro da música entrará em contato com suas dores mais profundas.




 

Longo suspiro Então... eu só quis assistir esse filme por ele contar com a presença do meu queridinho Barry Keoghan, motivo pelo qual fui ao cinema sem sequer ler a sinopse. Grande erro. A obra me pareceu uma mera desculpa para que o músico The Weeknd divulgasse seu último disco, de título homônimo. Acho que jamais vira um filme tão pretensioso e de teor tão narcísico quanto este. A história traz o personagem Abel Tesfaye – nome real do músico – que, em meio a uma crise emocional, despe-se de suas defesas e escancara suas dores mais íntimas. Ocorre que essa superexposição – que é feita através das letras das músicas do álbum e por uma quase imposição da personagem Anima – soa mais falsa que nota de três reais. Tudo ali parece ter sido feito para impressionar o fandom e quem não é fã de carteirinha do camarada – meu caso, que só o conhecia de nome e olhe lá -, sente de longe o cheiro do embuste. Tive a impressão sincera de que o músico, aqui transformado em ator, estava profundamente inebriado de si próprio, orgulhosíssimo de seu feito – que, para quem curte de fato cinema e tem alguma quilometragem de filmes, não vê nada de extraordinário. A narrativa começa propositalmente confusa, misturando duas cenas que aparentemente não têm relação, mas que, mais adiante, vão ter “seu ponto de encontro”. Quando a história começa a fazer algum sentido, o espectador mais “safo” consegue sacar, de cara, qual vai ser a grande “revelação” da narrativa – e é aqui que tudo fica muito ridículo, porque é possível prever a revelação, o plot twist, antes de ele começar a se formar. Daí sobra a sensação de que o músico se achou inteligentíssimo pela “sacada”, quando esta é, na realidade, pífia e previsível. Passando do conteúdo fraquíssimo para a forma, temos aqui um primo-irmão dos filmes de Gaspar Noé, com suas câmeras nervosas, rodopiantes, que passeiam histericamente pelas cenas, giram, sobem, descem, no que parece ser um exercício para incitar uma crise de labirintite. Para agravar a reação fisiológica extrema, antes de começar a projeção há um aviso que as luzes piscantes que terão lugar podem resultar em convulsões para as pessoas propensas a elas – wow, que bacana (sqn). Então, pode-se esperar uma obra que super estimula os sentidos do público, com muita música, muita luz, muita cor, muito movimento, talvez para suprir a falta de um roteiro de qualidade, não sei. Fato é que, formalmente, o filme parece um colapso, deve ser fácil sair com dor de cabeça da projeção. Quanto às interpretações, temos o artista The Weeknd fazendo força para parecer ator (o que fica claro que não é), uma Jenna Ortega trazendo um espírito perturbado à sua personagem (sem spoiler) e um Barry Keoghan muito aquém de seu talento (ele usualmente assume personagens complexos e repletos de contradições e aqui ele interpreta um personagem sem qualquer espessura, fiquei decepcionada). Enfim... o filme é uma bomba, não tem nenhuma salvação, absolutamente nada que a gente possa dizer que vale a pena perder horas da nossa existência com ele. E olha que eu sou fã do Barry Keoghan, nem isso me tirou a sensação de ter sido ludibriada! Eu detestei e meu conselho é: “fuja sem olhar para trás”. Atualmente nos cinemas (infelizmente).

 
 
 

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