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hikafigueiredo

"Intriga Internacional", de Alfred Hitchcock, 1959

Filme do dia (29/2022) - "Intriga Internacional", de Alfred Hitchcock, 1959 - O publicitário Roger Thornhill (Cary Grant) é confundido com um espião e, por isso, passa a ser perseguido por Phillip Vandamm (James Mason), um misterioso homem envolvido na exportação de informações sigilosas do governo norte-americano.





Para fechar a "maratona Hitchcock", chegamos a uma obra que reúne as principais características recorrentes dos filmes do diretor. Mais uma vez contamos com a figura do "homem errado" - o personagem que é confundido com outro alguém e, assim, sofre as consequências deste equívoco - na figura do publicitário Roger Thornhill. Logo numa das primeiras cenas, ele, involuntariamente, responde a um chamado por George Kaplan, motivo pelo qual fica "marcado" como o suposto espião. A partir deste erro de identidade, ele passa a ser perseguido - primeiro por malfeitores, depois pela própria polícia -, tendo de passar maus bocados na tentativa de provar sua verdadeira identidade e, consequentemente, sua inocência. Como em outras obras de Hitchcock, não fica muito claro quem são os antagonistas de Thornhill, sendo-nos, apenas, revelado que levam para fora do país informações secretas do governo dos EUA. A narrativa é linear, em ritmo muito marcado. A atmosfera passeia por entre a tensão e o romance - os diálogos rápidos e irônicos abrem espaço para um humor refinado, ainda mais quando ditos pelo ator Cary Grant, a epítome da elegância, quase uma "Audrey Hepburn" do gênero masculino. Apesar de, evidentemente, trabalhar a tensão, eu diria que esta é uma das obras mais "leves" do diretor - são raras as cenas em que o espectador retesa-se na cadeira e suspende a respiração. O roteiro é bastante enxuto, claro, e tem bem menos "volteios" que outras obras do mestre. Das questões técnicas, destaco o uso reiterado do ponto de vista do protagonista - bastante perceptível na cena da estrada em que ele, bêbado, tem "visão dupla" do caminho. A trilha sonora de Bernard Herrmann é marcante e cirúrgica, pontuando os momentos de maior tensão da história. O elenco traz Cary Grant como Thornhill, personagem através do qual ele pode exercitar tanto sua veia cômica quanto seu charme irresistível; Eva Marie Saint interpreta Eve Kendall, a "loira da vez" e par romântico do protagonista; James Mason interpreta o antagonista, homem rico, poderoso e extremamente perigoso que não acredita na troca de identidade argumentada por Thornhill; o ótimo Martin Landau, jovem, interpreta Leonard, um dos capangas de Vandamm. Destaque para a icônica cena em que o protagonista é perseguido por um avião pulverizador no meio de um descampado, uma das mais tensas e intensas da obra. O filme foi indicado para três categorias do Oscar (1960) - Melhores Direção de Arte, Edição e Roteiro Original. A obra é tipo delicinha - leve, divertida, tensa "pero no mucho" e dinâmica e é impossível não gostar dela. Adorei e recomendo muito!

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