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  • hikafigueiredo

“Jogo Mortal/Trama Diabólica”, de Joseph L. Mankiewicz, 1972

Filme do dia (34/2023) – “Jogo Mortal/Trama Diabólica”, de Joseph L. Mankiewicz, 1972 – O célebre escritor de livros policiais Andrew Wyke (Laurence Olivier) recebe, em sua mansão, o amante de sua esposa, Milo Tindle (Michael Caine). Wyke propõe um acordo ao jovem amante – roubar as joias da família, de forma que ele ficaria com o dinheiro da venda das joias para bancar a amante, enquanto Wyke receberia o dinheiro do seguro. Começa assim um jogo onde nada parece o que é verdadeiramente.





Versão para cinema da peça teatral “Sleuth”, de Anthony Shaffer, responsável pelo roteiro da obra, o filme é um infinito jogo de gato e rato entre os personagens centrais da narrativa. De um lado temos o renomado, rico e de família tradicional Andrew Wyke, um escritor de sucesso especializado em livros policiais; de outro, Milo Tindle, um cabeleireiro de classe média, de família humilde e estrangeira, que luta para se manter. Em comum, uma mulher, esposa de Wyke e amante de Tindle. Após um diálogo inicial gentil, porém mordaz, entre os dois homens, começa a disputa, não apenas pela mulher, mas pelo orgulho dos dois contendentes, cada qual representante de uma classe social e de um estilo de vida, uma vez que a vida privilegiada de Wyke seria o total oposto da existência difícil de Tindle. Cria-se, a partir daí, uma sequência de jogos de poder, onde tudo é aparência e dissimulação. A ideia aqui é enganar não apenas o oponente, mas, também, o espectador, que fica intrigado pelos caminhos tomados pela narrativa. Os grandes méritos da obra são o roteiro intrincado, mas bem desenvolvido, os fabulosos e rápidos diálogos entre os dois personagens – uma verdadeira metralhadora de frases irônicas -, uma boa dose de humor ácido e, acima de tudo, as interpretações magistrais de dois dos maiores atores do cinema inglês: “Sir” Laurence Olivier e “Sir” Michael Caine. O filme é delicioso justamente por este bate-bola entre os dois atores, é impossível dizer quem está melhor!!!! A obra foi indicada ao Oscar (1973) nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Ator, concorrendo tanto Olivier, quanto Caine; ao Globo de Ouro (1973) nas categorias de Melhor Filme Dramático e Melhor Ator em Filme Dramático, novamente em indicação dupla; e ao BAFTA (1974) por Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Ator (Laurence Olivier). A obra é ótima, vale muito a pena. Recomendo.

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