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“Kes”, de Ken Loach, 1969

  • hikafigueiredo
  • 9 de ago.
  • 2 min de leitura

Filme do dia (55/2025) – “Kes”, de Ken Loach, 1969 – Billy Casper (David Bradley) é um adolescente de quinze anos que vive na região mineradora de Yorkshire, na Inglaterra. Sofrendo humilhações por parte do irmão e dos colegas e prevendo um futuro desalentador, a vida de Billy muda quando ele encontra um ninho de falcões e começa a treinar um deles, a quem nomeou Kes. Subitamente a vida de Billy ganha uma nova cor e o futuro já não parece tão pouco promissor.


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Primeiro longa-metragem de Ken Loach, o filme, com ares de documentário, retrata um fragmento da vida de um jovem da classe trabalhadora inglesa cujo futuro parece ser o inevitável trabalho nas minas de carvão. Vindo de uma família desestruturada, a vida do protagonista Billy é mais cinzenta que o céu de sua cidade inglesa e não existe qualquer promessa de mudança. Um dia, Billy encontra um ninho de falcões e adota um dos animais para treiná-lo. O interesse pela falcoaria expande os horizontes do menino e o sucesso no treinamento do falcão gera um novo ânimo em Billy, a ponto de chamar a atenção de seus colegas e de um professor, o único a estimulá-lo. O filme, considerado uma das obras-primas do diretor, foi um dos filmes mais deprimentes que eu me lembro de ter visto. Eu, que adoro filmes tristes, onde os personagens têm de superar os piores obstáculos, nem sempre com sucesso, confesso que detestei essa obra. Começa que eu a achei absolutamente previsível – antes dos primeiros dez minutos, só com a sinopse, eu já sabia qual seria o desfecho. Além disso, é um desfecho deprimente, cruel e revoltante (quem me conhece já desconfia o motivo de eu não ter gostado). Por outro lado, o naturalismo imprimido na história, a maneira como aquela realidade é retratada, é bastante impressionante e para mim é o que vale na obra. Outro ponto positivo é a interpretação sensível e profunda do estreante David Bradley, o qual consegue exprimir as mais sutis mudanças do personagem. O filme foi bastante aclamado na época de seu lançamento, motivo pelo qual foi indicado a várias categorias do BAFTA (1971), saindo vencedor nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Collin Welland) como Sr. Farthing (um dos professores do protagonista) e Intérprete estreante mais promissor, para o jovem David Bradley como protagonista. O filme conta com uma legião de fãs, mas eu não me incluo nela, ainda que veja algumas virtudes na obra. Eu até recomendo porque acho que sou ponto fora da curva e tenho motivos bem pessoais para não gostar do filme (mas seria spoiler, então não posso explicar), vejam por sua conta e risco. Segundo o Justwatch, não existe em nenhum streaming, então só pode ser visto em torrent ou mídia física.

 
 
 

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