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"Koyaanisqatsi", de Godfrey Reggio, 1982

hikafigueiredo

Filme do dia (63/2016) - "Koyaanisqatsi", de Godfrey Reggio, 1982





Neste filme experimental, que se aproxima da videoarte, o espectador é bombardeado por imagens aparentemente (mas só aparentemente) aleatórias, mas repletas de simbologias e ricas em leituras. O nome do filme, de origem na língua Hopi, tribo nativa norte-americana, significa "vida louca", "vida em tumulto", "vida fora de equilíbrio", "vida em desintegração" e "estado da vida que clama por uma nova forma de viver", e é exatamente isso que o filme passa, sem que uma única palavra seja dita. Através da contraposição de imagens plácidas e muito bonitas da natureza quase intocada com outras da intervenção humana no planeta, tomamos a dimensão do desastre que se consolida. Há uma clara crítica à interferência humana na natureza e, mais especificamente, ao capitalismo. Através das imagens das cidades, de seus fluxos, dos movimentos humanos e de carros, das fábricas, dentre outras tantas, temos uma crítica feroz à modificação da paisagem, à destruição da natureza, ao desperdício, aos excessos do capitalismo, à mecanização do trabalho, à robotização do ser humano, à desumanização das relações, à péssima qualidade de vida das pessoas, à guerra, ao poder da mídia, e a tudo mais que diferentes leituras conseguiriam captar. Acompanhando as imagens, temos a música instrumental de Philip Glass. Filme não aconselhado a preguiçosos, pois a obra exige o trabalho de leitura, interpretação e interrelação com conhecimentos prévios. Na minha visão crítica, vale muito a pena, mas imagino que nem todo mundo vai curtir o fato de não ter uma linha narrativa específica.

 
 
 

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