Filme do dia (51/2018) - "Lady Bird: A Hora de Voar", de Greta Gerwig, 2017 - Christine "Lady Bird" é uma típica adolescente às voltas com com os problemas que sua idade impõe - o primeiro namorado, a primeira transa, qual faculdade se candidatar, as desavenças familiares - todos influenciados ou determinados por suas escolhas.
A obra discorre sobre as descobertas, os desafios e os medos decorrentes da passagem da adolescência para a vida adulta. Tratado com sensibilidade e leveza, mas indo além da superficialidade, o filme trata dos assuntos inerentes à adolescência sem tratá-los com drama excessivo, nem relegá-los à desimportância, mas, sim, com o equilíbrio que lhe é devido. A personagem Lady Bird tem nuances, pode ser contraditória, egoísta, dramática ou doce, dependendo do momento, exatamente como qualquer adolescente. Gostei, em especial, de como são mostrados os atritos com a mãe - não há, aqui, atitudes padrões, as discussões são perfeitamente verossímeis e a mãe é... mãe, com toda a sua firmeza e rigidez que camuflam seu mais puro amor pela filha. No elenco, Saoirse Ronan como Lady Bird (ótima, concorre ao Oscar de Melhor Atriz), Lucas Hedges como Danny, Timothée Chalamet como Kyle (muito amor pelo ator, não pelo personagem) e Laurie Metcalf, estupenda como a mãe de Lady Bird (responsável pelas maiores cargas dramáticas da história e também concorrendo ao Oscar, mas de Melhor Atriz Coadjuvante). O filme é bem bom, docinho, levinho e concorre aos Oscares de Melhor Filme, Direção, Roteiro Original, além dos de Atriz/Atriz Coadjuvante (mas certamente não leva a maior parte, senão todos). Gostei bastante e recomendo. PS - apesar de tratar do mesmo universo juvenil de "As Melhores Coisas do Mundo", filme a que assisti há dois dias, os resultados são diametralmente opostos. Enquanto "Lady Bird" é sutil e delicado, o filme brasileiro se leva muito a sério sem realmente aprofundar qualquer tema, exagerando nas cores sem ter cacife para tal. Não dá nem para comparar...
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