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  • hikafigueiredo

"Lore", de Cate Shortland, 2012

Filme do dia (134/2017) - "Lore", de Cate Shortland, 2012 - Alemanha, 1945. Hanelore (Saskia Rosendhal) é a primogênita de cinco filhos de um casal alemão. Seus pais, mais do que simpatizantes do regime do Fuhrer, eram ativos participantes do governo nazista. Após a rendição da Alemanha e morte de Hitler, os pais de Lore são presos e as crianças precisam atravessar a Alemanha para chegar à casa da avó, em Hamburgo. No caminho, deparam-se com Thomas (Kai Malina), um ex-prisioneiro judeu que passa a auxiliá-los, mesmo contra a vontade da irmã mais velha.





Este filme alemão retrata a tomada de consciência de Lore acerca das atrocidades cometidas pelo governo nazista e, também, acerca das falácias sobre as quais toda sua vida estava apoiada. Lore acreditava piamente nos ensinamentos passados por seus pais e vivia orgulhosa de sua origem ariana. Durante sua jornada e no contato próximo com "o outro", personificado na figura de Thomas, Lore, paulatinamente, passa a questionar suas verdades e convicções. Evidente que Lore nada mais é que uma metáfora do próprio povo alemão que, somente após a rendição alemã, conseguiu despir-se de dogmas tão arraigados em si próprio, certezas como sua superioridade racial, jogada por terra no pós-guerra. É uma obra forte, pesada, mas, ao mesmo tempo, que oferece o alento da mudança e da evolução. Tecnicamente, é um filme bem feito, mas sem excepcionalidades. Destaque maior fica por conta das interpretações de Saskia Rosendhal, Kai Malina e Ursina Lardi, como mãe de Lore, todos muito bem em suas atuações angustiadas, tensas, profundas. Ah, a obra é ótima, mas tem um ritmo um pouco mais lento do que os dos filmes norte-americanos, o que pode cansar um público não acostumado. Eu achei que valeu muito a pena. Recomendadíssimo.

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