Filme do dia (97/2021) - "Mal Nosso", de Samuel Galli, 2017 - Em meio à madrugada, Arthur (Ademir Esteves) busca, na deep web, um matador de aluguel. Ele encontra um sádico assassino disposto a assumir o serviço, sem saber que este custará mais caro que qualquer preço solicitado.

Confuso, é o que eu posso dizer sobre o filme. Não a história em si, que é relativamente simples, mas a forma como ela foi narrada e, principalmente, a forma como os elementos de referência foram dispostos ao longo do filme. A obra abarca um sem números de gêneros, joga todos no mesmo saco e faz uma sopa de letrinhas com eles. A obra traz referências dos thrillers, dos filmes slashers, do terror sobrenatural e até uma ponta de drama dá para considerar. O problema é que a obra acaba funcionando como aquele restaurante que faz pizza, churrasco e sushi, ou seja, faz tudo, mas nada bem. Para complicar mais, os gêneros não chegam a se fundir ou sobrepor, eles se colocam estanques, dependendo da cena - então temos um arco 100% thriller, outro 100% slasher, outro em que o drama dá o tom, e ninguém "conversa" com ninguém. Eu diria que o filme tem um argumento interessante, mas o desenvolvimento do roteiro é que é o problema, junto com a indecisão do diretor em que gênero apostar. A narrativa, não linear, vai e volta no tempo, o que torna a história ainda mais truncada. O ritmo é moderado, compatível com o esperado para um thriller (mas nem tanto para o terror sobrenatural e o slasher). A atmosfera é sombria, pesada, e mesmo a única cena que deveria ter certa leveza (a do aniversário), mantém essa característica. Apesar de ser, obviamente, um filme de baixo orçamento, as maquiagens/efeitos especiais foram surpreendentemente bem feitos, não devendo muito aos filmes estrangeiros. As interpretações, ao contrário, deixaram bastante a desejar - pouca naturalidade, todo mundo muito "travado" em frente às câmeras e "declamando" o texto. Quem se saiu melhorzinho ali foi Ricardo Casella como o matador de aluguel. É... difícil. Até dá para ver, mas está longe de ser um filme consistente. Eu diria que a vida é curta demais e o cinema amplo demais para perder 90 minutos assim, de graça. Passo.
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