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hikafigueiredo

"Meu Tio", de Jacques Tati, 1958

Filme do dia (102/2016) - "Meu Tio", de Jacques Tati, 1958 - Charles Arpel é um alto funcionário de uma empresa. Rico e bem sucedido, mora em um bairro sofisticado, com vizinhos abastados e cheios de si. Gerard é seu filho e o menino sente-se entediado em meio a um mundo asséptico e frio. A grande diversão do garoto é passar seu tempo com Hulot (Jacques Tati), seu tio solteirão, desempregado e bon vivant. Mas seus pais não vêem com bons olhos esse contato.





Nessa obra, temos uma evidente crítica à vida de aparências e à sociedade que se apóia em contatos superficiais e valores materialistas. De um lado temos a família de Gerard - fria, completamente "destacada" da realidade, com amigos fúteis, numa casa "sem alma", repleta de geringonças tecnológicas para impressionar as visitas, supervalorizando as coisas materiais e a opinião alheia. De outro, Hulot, boa praça, agregando amigos, numa realidade alegre, vivendo a vida com leveza e simplicidade, não se importando com o julgamento alheio. Apesar da ótima mensagem, o ritmo do filme me entediou, pois me pareceu um monte de "nada" ligado por algumas cenas cômicas. Evidente o talento para a comédia de Jacques Tati, o problema aqui reside no roteiro, mais preocupado em ligar os esquetes do que em fazer propriamente uma história. Admito que dei algumas risadas ao longo da história, mas acontece muito pouca coisa para quase duas horas de filme. Quanto aos quesitos técnicos, gostei da direção de arte e de como o diretor trabalha com duas ações diferentes em uma mesma cena (em muitos momentos, temos, em primeiro plano, uma ação e, ao fundo, uma outra ação, quase sempre cômica).Também me chamou a atenção os "recortes" de cena, através de portas, janelas e portões que "emolduram" os personagens. A musiquinha tipicamente francesa que acompanha a obra é gostosinha... na primeira meia hora, porque, passando disso, fica um pouco irritante. Apesar de ter méritos, não acho que seja filme para todos os gostos e públicos e recomendo bom senso para quem se candidatar a vê-lo.

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