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"Minari", de Lee Isaac Chung, 2020

  • hikafigueiredo
  • 23 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Filme do dia (176/2021) - "Minari", de Lee Isaac Chung, 2020 - Uma família de imigrantes coreanos muda-se da Califórnia, onde originalmente tinha se estabelecido, para uma fazenda no interior do Arkansas. Enquanto o pai Jacob (Steve Yeun) persegue o sonho de se tornar fazendeiro, sua esposa Monica (Han Ye-ri) resiste à ideia e quer retornar para a cidade grande.





Hmmm. Este é um filme sobre imigrantes que trata, antes de tudo, de conceitos muito mais arraigados no imaginário do norte-americano do que propriamente na ideia de outros povos. Não que pessoas de outros países não possuam sonhos e busquem realizá-los, não é isso. Mas esse filme está tão imbuído do "american dream" que não vejo nada de "estrangeiro" nele, de forma que, se tirássemos a família coreana e colocássemos uma família norte-americana da cidade indo para o interior em busca do sonho paterno de se tornar um fazendeiro, daria exatamente na mesma. Devo dizer que, por este motivo, o filme me deixou um tanto quanto decepcionada, pois esperava algo diferente. Nesse sentido, acredito que as obras "Os Emigrantes" (1971) e "O Preço do Triunfo" (1972), ambos do ótimo Jan Troell, são muito mais significativas e retratam muito melhor o espírito do estrangeiro que parte para outras terras em busca de uma vida melhor do que "Minari". Enfim, a obra é sobre o "american dream" de Jacob e os percalços para realizá-lo. Até mesmo o formato do filme, a linguagem cinematográfica utilizada, tudo nele segue o padrão norte-americano hollywoodiano, não há um olhar autoral para a obra - sinceridade, foi uma decepção. Não digo que o filme seja ruim - ele não é, ele é bem feito, é sensível, mas é terrivelmente ... comum, banal e norte-americano. De tudo o que eu vi na obra, só destaco as interpretações de Steven Yeun (mais conhecido pelo seu personagem Glen em "The Walking Dead") como o pai Jacob, de Alan S. Kim como o filho pequeno David e, principalmente, de Yoon Yeo-jeong como a avó da família - eu diria que a personagem da avó e a interpretação da atriz são as melhores coisas da obra, definitivamente. Entendo que o filme tenha feito sucesso no mercado norte-americano, afinal mostra uma família estrangeira sendo fagocitada pelos ideais válidos nos EUA, mas, juro, para um estrangeiro, vejo o filme quase como uma ofensa. Não gostei não. Passo. PS - Nem precisava dizer que o diretor é norte-americano de nascença. Ele não tem a mínima ideia do que é ser estrangeiro no interior dos EUA... (morei, quando criança, por seis meses, no interior de Indiana... não é nada daquilo que ele mostra, tá?).

 
 
 

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