Filme do dia (114/2020) - "Mudando o Destino", de Ragnar Bragason, 2013 - Após a morte de seu irmão em um acidente, Hera (Thorbjörg Helga Dyrfjörd) revolta-se, encontrando consolo da música heavy metal, a predileta de seu irmão falecido.
O filme pode dar a impressão de ser uma obra meio adolescente e superficial por conta da sinopse. Ledo engano. A obra é um drama sensível sobre a perda e o caminho para a superação desta perda. Após a morte de Baldur, a sua família se desestrutura, em especial Hera, com seus tenros doze anos. Buscando compensar o falecimento do irmão, Hera mimetiza a imagem e gostos dele, tornando-se aquilo que ela supunha que seria o destino dele caso ele permanecesse vivo. No interior dela, no entanto, a dor, o conflito e a culpa solidificavam-se. Mais velha, Hera não se encontra e transforma-se na jovem adulta rebelde de sua aldeia perdida no meio da Islândia, completamente incompreendida pelos fazendeiros que só sabem falar de gado e plantações. A obra é delicada em mostrar o quanto a comunicação, o desabafo, o acolhimento e a compreensão são imprescindíveis para a superação da perda e o exorcismo das culpas. A parte técnica é meio padrão, não temos novidades na linguagem cinematográfica, nem grandes arroubos de criatividade em nenhum quesito. Mas temos uma trilha sonora beeeeem bacana, ao menos para quem curte rock pesado, mais especificamente heavy metal -não é meu estilo favorito, mas eu gosto bastante, e como não conheço aprofundadamente o gênero, só reconheci a música "Symphony for Destruction", do Megadeth. Gostei da atriz que interpreta Hera, Thorbjörg Helga Dyrfjörd, ela tem olhos bastante expressivos e encarnou perfeitamente a personagem. O resto do elenco também está todo afinadinho (mas os nomes dos atores/atrizes são impossíveis de reproduzir!!! rs). Destaque para a cena do show, a atriz tem uma bela voz e a música é bem legal. Melhor até do que eu esperava. Recomendo.
Comments