Filme do dia (164/2020) - "Na Companhia de Estranhos", de David Farr, 2016 - Kate (Clémence Poésy) e Justin (Stephen Campbell Moore) estão esperando seu primeiro filho, quando novos vizinhos se mudam para o andar de baixo. Logo conhecem Teresa (Laura Birn) e Jon (David Morrissey), o casal vizinho, que, curiosamente, também estão "grávidos". Um terrível acontecimento transformará a relação entre os dois casais.
Este é um thriller que funciona bastante bem, muito embora o roteiro deixe algumas pontas soltas sem explicação. É fato que a história causa bastante apreensão e, até a última cena, não sabemos bem se os acontecimentos estranhos são fruto da imaginação de Kate ou um complô promovido pelos personagens Teresa e Jon (e não será por mim que vocês saberão a resposta rsrsrsrs), o que gera bastante tensão. Por outro lado, o comportamento de Teresa é estranho desde o início e não existe, ao longo da narrativa, nada que explique esse comportamento, o que eu achei uma falha de roteiro. Se você se apegar a detalhes, existirão alguns buracos aqui e ali na história, mas, se pegar o geralzão da narrativa, ela passará relativamente bem. Admito que a obra me prendeu e eu não consegui desviar um segundo os olhos da tela. O ritmo começa devagar e vai ganhando velocidade. A música, como sempre acontece neste tipo de filme, é fio condutor da tensão. Quanto às interpretações, aqui quem reina são as mulheres - Clémence Poésy e Laura Birn estão, ambas, infinitamente melhores em seus papeis que seus colegas de elenco do sexo masculino. Entre as duas personagens cria-se um clima de disputa silenciosa, uma tênue tensão, e as atrizes constroem essa atmosfera neurótica muito bem. Assim... ainda que o filme não suporte um exame muito minucioso sem mostrar algumas falhas, ele é, sim, um bom thriller. Só não aconselho para pais recentes para não criar muita neurose.
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