Filme do dia (102/2020) - "Ninotchka", de Ernst Lubitsch, 1939 - A comissária russa Nina "Ninotchka" Ivanovna é enviada a Paris para comercializar algumas joias que haviam sido apropriadas pelo regime socialista, ocasião em que conhece Leon (Melvyn Douglas) e por ele se apaixona.
A obra em questão tem alguns pontos bem positivos e outros negativos na mesma medida. Para mim, o ponto negativo essencial é ser evidentemente um filme de propaganda capitalista - e, como detesto qualquer filme panfletário (e, ainda por cima, não vejo o consumismo capitalista como algo minimamente bom), fiquei bastante incomodada com esse fato. Quanto aos pontos positivos, a obra é uma comedinha romântica bonitinha e que tem algumas passagens bem engraçadas, apesar de serem um tanto quanto xenofóbicas, pois baseadas em críticas aos russos, ou, mais especificamente, ao regime socialista. Apesar de ser bem pró-capitalismo, o filme não deixa de fazer uma crítica ao regime czarista pelas falas de Ninotchka. Também temos de concordar que não há como defender o stalinismo, por mais esquerdista que se seja, né? As primeiras aparições da personagem Ninotchka também pesaram a mão numa visão clichê dos "camaradas russos" como pessoas de semblante fechado e sem qualquer senso de humor. A comédia romântica, por seu lado, funciona principalmente pelo carisma e talento de Greta Garbo e pela química dela com Melvyn Douglas, com quem faz um casalzinho bem simpático. O roteiro, que tem um dedo de ninguém menos que Billy Wilder, é bem amarrado e flui bem. Apesar da propaganda capitalista, eu gostei do filme e o recomendo.
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