Filme do dia (99) - "No Limiar da Vida", de Ingmar Bergman, 1958 - Em uma maternidade, três mulheres convivem e expõe seus sonhos, desejos, dores e medos umas às outras: a depressiva Cecília (Ingrid Thulin) acaba de sofrer um aborto do bebê que desejava, apesar de não acreditar que seu marido o quisesse; a jovem Hjordis (Bibi Andersson) está grávida de um bebê indesejado e tentou provocar um aborto, sem sucesso; e a ansiosa Stina (Eva Dahlbeck) aguarda, impacientemente, o nascimento de seu filho.
Nessa obra, Bergman discorre sobre o nascimento da maternidade e como as relações familiares influenciam na construção da relação mãe e filho. É uma obra pesada, angustiada, provavelmente mais dolorosa para quem tem filhos, como é o meu caso. O cenário único é responsável pela sensação de confinamento e claustrofobia. O ritmo, como de praxe do diretor, é bastante lento, com muitos diálogos filosóficos e a exposição das entranhas emocionais das personagens. O elenco é imoralmente ótimo - não bastasse a presença das maravilhosas Ingrid Thulin (de "Morangos Silvestres" e "Gritos e Sussurros") e Bibi Andersson (de "Morangos Silvestres" e "Persona"), ainda temos a fenomenal Eva Dahlbeck, e os meus amores Max Von Sydow e Erland Josephson. O elenco feminino é tão bom, mas tão bom, que ganhou, em conjunto, o Prêmio de Melhor Atriz, em Cannes, em 1958 (as três atrizes e, ainda, a atriz Barbro Hiort af Ornas, intérprete da enfermeira Brita, na obra). No mesmo festival, Ingmar Bergman ganhou melhor direção pelo filme. A obra pode ser pouco badalada, em face de outros filmes mais famosos do diretor, mas é ótimo, vale muito a pena. Recomendadíssimo!
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