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  • hikafigueiredo

"Norma Rae", de Martin Ritt, 1979

Filme do dia (381/2020) - "Norma Rae", de Martin Ritt, 1979 - Em uma pequena cidade do Alabama, sul dos EUA, Norma Rae (Sally Field), tal como seus familiares, trabalha na indústria têxtil local, com péssimo salário e terríveis condições de trabalho. Certo dia, chega, à cidade, o sindicalista Reuben (Ron Leibman), cuja missão é trazer para o Sindicato de Tecelões os oitocentos funcionários da indústria local. A tarefa mostra-se árdua, pois a população desconfia de qualquer forasteiro. Reuben conquista a confiança de Norma Rae e ela passa, então, a militar pela causa.





O filme é uma transposição para o cinema da biografia de Crystal Lee Sutton, sindicalista que lutou pelos direitos da classe no final dos anos 70. A obra discorre sobre as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores para se organizarem, principalmente por ganharem, nos EUA, a pecha de "comunistas" (como se isso fosse um demérito) sempre que tentavam de mobilizar pelo bem comum. O filme traz, ainda, a questão do provincianismo, do racismo e do machismo existentes no estados sulistas dos EUA, ainda mais em comparação ao arejamento do norte do país (aqui representado pela figura de Reuben, proveniente de Nova York). A história foca, obviamente, na personagem Norma Rae, uma mulher controversa (para aquelas pessoas) por conta de seu passado. A narrativa é linear, muito bem desenvolvida, enxuta onde deveria ser enxuta e com detalhes na medida certa. A personagem Norma Rae é apresentada com cuidado e aprofundadamente - é muito bacana ver Norma Rae tomando consciência de classe, ganhando força, transformando-se, paulatinamente, em um verdadeiro leão, ainda mais se levarmos em conta o tipo físico da personagem, uma mulher pequenininha, que não deveria pesar nem 50 quilos, esbravejando contra homens com o dobro de seu tamanho. Mas não só o roteiro - ótimo - justifica a qualidade do filme. Temos, aqui, uma interpretação monstruosa de Sally Field - sua Norma Rae é uma força da natureza, impossível não se admirar da personagem e da atriz que a interpreta! Seu trabalho foi tão perfeito que ela foi agraciada com o Oscar, o Globo de Ouro e o prêmio de melhor atriz em Cannes, um feito raro!!! No elenco, ainda, Ron Leibman como o simpaticíssimo Reuben e Beau Bridges como Sonny, companheiro de Norma Rae, também muito bem no papel. O filme é muito legal, flui macio, envolve o espectador e não tem qualquer defeito que salte aos olhos, ele é redondinho. Gostei pacas e recomendo com gosto.

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