Filme do dia (289/2020) - "O Assassino Mora... no 21", de Henri-Georges Clouzot, 1942 - Uma série de assassinatos vem ocorrendo na cidade, onde o assassino deixa um cartão de visita em nome de Monsieur Durand. O investigador Wens (Pierre Fresnay) recebe uma informação de que o assassino reside em uma determinada pensão e, sob um disfarce, resolve se mudar para lá.
Em mais um filme de suspense, Clouzot envereda pelo terreno dos serial killers e, novamente, convida o espectador a descobrir quem é o responsável pelos crimes brutais que vêm ocorrendo na cidade. Usando o expediente de soltar pistas falsas - como voltaria a fazer em "Sombra do Pavor" (1943) -, Clouzot leva o público a queimar os neurônios para descobrir o assassino. Aqui, diferente do filme seguinte, temos uma certa pegada cômica, que serve de alívio ao clima de tensão. Assumo que não curti muito o desfecho, achei por demais providencial a forma como o mistério foi solucionado (sem spoilers). Devo dizer que gosto muito das obras do diretor, mas ele iria alcançar mesmo seu ápice somente na década seguinte, com o excepcional "O Salário do Medo" (1953), seguido de "As Diabólicas" (1955), duas obras primas. A narrativa é linear, muito tradicional e tem um ritmo moderado. A fotografia é P&B, sem muito contraste e sem inovações. O elenco serve ao propósito do filme, mas não vi grandes atuações. Pierre Fresnay interpreta o investigador Wens com dignidade, mas sem brilho; Suzy Delair está insuportável como Mila Malou, sendo responsável pela comicidade da narrativa (eu a achei uma chata); JeanTissier, Noel Roquevert e Pierre Larquey interpretam os moradores da pensão. O filme é divertido, mas sei que não ficará na memória, até mesmo por ser bastante inferior às obras que o sucederam. Dá para ver, mas não é memorável
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