Filme do dia (84/2022) - "O Corvo", de Roger Corman, 1963 - O mago Dr. Erasmus Craven (Vincent Price) vive, há dois anos, em luto e recluso pela morte de sua esposa Lenore. Certo dia, surge em sua residência, um corvo, que acaba se revelando ser o feiticeiro Dr. Bedlo (Peter Lorre), enfeitiçado pelo terrível Dr. Scarabus (Boris Karloff). Após reverter o feitiço, Craven e Bedlo resolvem voltar ao castelo de Scarabus para confrontá-lo.
Baseado no poema homônimo de Edgar Allan Poe e parte de uma série de filmes do diretor Roger Corman acerca da obra do autor norte-americano, o filme transita entre os gêneros terror e comédia, no melhor estilo "terrir", e discorre sobre a luta do bem, aqui representando pelo pacato Dr. Craven, contra o mal, na figura do Dr. Scarabus. A narrativa é linear, bastante convencional, num ritmo moderado e constante. A fotografia colorida é bem saturada e contrastada, fazendo uso de muitos plongées e contraplongées. O diretor utiliza, em diversas cenas, uma grua para fazer movimentos verticais, tornando a fotografia desta obra muito mais elaborada do que outras do mesmo ciclo de filmes. É perceptível que quase tudo foi filmado em estúdio, inclusive várias cenas externas. Os "efeitos especiais" da obra são propositalmente mambembes e reforçam a comicidade de inúmeras cenas, em especial a do confronto final. A trilha musical contribui para o humor da obra através de uma música que ressalta um jocoso trombone. O elenco traz o ótimo Vincent Price (sou fanzaça dele!!!!) como Dr. Craven - o ator, para mim o melhor canastrão da história do cinema, evidencia sua veia cômica e capricha nas "caras e bocas", mostrando o porquê de ser uma verdadeira lenda no gênero terror; no papel de Dr. Bedlo, o igualmente fantástico Peter Lorre, um intérprete versátil que conseguia se sair bem em qualquer personagem que abraçasse; como Dr. Scarabus, outra lenda do cinema de terror, Boris Karloff; completando o elenco, Olive Sturgess como Estelle, Hazel Court como Lenore e um jovem e quase irreconhecível Jack Nicholson como Rexford. Para quem gosta de filmes "B" de terror e da obra de Edgar Allan Poe, o filme é um prato cheio. Eu me diverti com ele e recomendo (ressaltando, claro, que é uma obra de comédia de terror e não uma filme para se levar muito a sério).
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