“O Estranho Sem Nome”, de Clint Eastwood, 1973
- hikafigueiredo
- 31 de jul.
- 2 min de leitura
Filme do dia (50/2025) - “O Estranho Sem Nome”, de Clint Eastwood, 1973 – Em um pequeno vilarejo, de nome Lago, no Arizona, chega um estranho e calado homem (Clint Eastwood). Após ser provocado, ele mata três pistoleiros que haviam sido contratados para defender a cidade de três criminosos que estavam a caminho do local. Ele assume a tarefa, mas impõe que a cidade seja pintada de vermelho e mude seu nome para “Hell” (Inferno).

Sem ser grande fã do gênero western, eventualmente eu me proponho a assistir alguns títulos pela fama que alcançaram. Dessa vez, o escolhido foi “O Estranho Sem Nome”, segundo filme dirigido por Clint Eastwood. A história começa com a chegada de um estranho a um pequeno vilarejo do Arizona. Em poucos minutos, o forasteiro mata três homens que, posteriormente, descobrimos terem sido pistoleiros contratados para defender a cidade. O estranho aceita assumir a tarefa, mas impõe diversas condições aos habitantes da cidade. Primeiro ponto: o protagonista em questão é um anti-herói. Ainda que ele demonstre, ao longo da narrativa, estar em busca de justiça, ele age de forma violenta, poupando pouquíssimas pessoas. Não consigo normalizar a conduta do personagem que força o sexo com mulheres, ainda que a história sustente que elas, no fundo, queriam – isso é muito imaginário de homem machista e misógino, que, nos idos da década de 70, era aceito com naturalidade. Assim, confesso não ter conseguido desenvolver qualquer simpatia pelo protagonista em questão. Aliás, não gosto dos estereótipos que o gênero western costuma trazer, de homens fortes, viris e, geralmente, chucros e grosseiros, acho um desfavor para a sociedade (pronto, falei). Segundo ponto: a narrativa consegue construir, com competência, uma imagem de cidade corrompida, onde todos os habitantes – ou quase todos – são corruptos, e o mau-caratismo corre solto. Descobrimos que houve um evento na cidade que culminou com a morte de um inocente – e que, com poucas exceções, envolveu todos os habitantes que, por ação direta ou omissão, compactuaram para a ocorrência dessa morte. Terceiro ponto: o filme deixa em aberto a identidade do forasteiro, muito embora deixe uma sugestão discreta de identidade “sobrenatural”, o que eu achei até instigante. Para quem gosta de histórias com traições, emboscadas e tiroteios – que resultam em muitas mortes -, o filme é um prato cheio e vai agradar. Gostei bastante do desenho de produção, em especial da história de pintar a cidade de vermelho – de longe, no meio daquela imensidão do deserto, realmente parecia o portal do inferno! O destaque, claro, está na presença de Clint Eastwood que, além de dirigir, também protagoniza o filme, retomando a mitologia do “homem sem nome” da Trilogia dos Dólares, de Sergio Leone. No elenco, ainda, Verna Bloom como Sarah, Marianna Hill como Callie, Billy Curtis como Mordecai, dentre outros. O filme é interessante, bem desenvolvido e bem dirigido, mas, definitivamente, não é uma obra que me empolgue. Segundo o Justwatch, está para alugar/comprar no Apple TV e no Youtube Movies e em streaming na Netflix.



Comentários