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  • hikafigueiredo

"O Gato Preto", de Kaneto Shindo, 1968

Filme do dia (133/2018) - "O Gato Preto", de Kaneto Shindo, 1968 - Numa época de guerras, duas mulheres são estupradas e assassinadas dentro de sua própria casa por um grupo de samurais. Sedentas de vingança, as almas das duas mulheres permanecem presas ao local e passam a atrair samurais para, então, assassiná-los.





Sem alcançar a mesma excelência técnica de "Onibaba", mas ainda demonstrando profundo controle de cena e grande cuidado formal, o filme de Kaneto Shindo é um maravilhoso exemplar do cinema de terror japonês. Nessa obra, o diretor envereda mais profundamente pelo gênero terror ao narrar a história de vingança dos dois espíritos, afastando-se da atmosfera de suspense apresentada em "Onibaba". Mais uma vez, no entanto, os elementos formais participam da construção dramática da narrativa, com destaque para a fotografia P&B, ainda mais contrastada do que no filme anterior. Gostei muito da maneira como os espíritos das duas mulheres apresentam-se aos homens - apesar de mostrarem-se como pessoas normais, suas figuras têm uma "fluidez" (causada, em parte, pelas vestimentas típicas e pela forma de andar das mulheres japonesas) anormal, que destoa da movimentação dos vivos. Também curti demais a diferença de expressão facial apresentada pelos samurais e pelas mulheres - enquanto os primeiros têm expressões faciais marcadas, com sorrisos e mesmo caretas, as últimas mantém-se quase que totalmente impassíveis e raras são as mudanças de expressão apresentadas por elas, o que, na minha opinião, faz com que sejam assustadoras. A obra me prendeu completamente, gostei muito e me fez ter ainda mais vontade de conhecer outros filmes do diretor. Ótimo!

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