Filme do dia (182/2018) - "O Mundo de Apu", de Satyajit Ray, 1959 - Já adulto, Apu (Soumitra Chatterjee) luta pela sobrevivência, enquanto escreve um livro baseado em sua própria vida. Ao ser convidado para o casamento da prima do amigo Pulu (Swapan Mukerjee), Apu verá sua vida sofrer uma reviravolta que mudará seu destino.
Último filme da trilogia, a obra termina um movimento iniciado ainda no primeiro filme: se em "A Canção da Estrada", Apu estava limitado à sua pequena vila e em "O Invencível", ele ganha a cidade grande na forma de Calcutá, em "O Mundo de Apu", ele ganha o mundo e deixa de se fixar em qualquer lugar específico. Aqui os temas tratados são o pertencimento, a liberdade, a responsabilidade e o apego/desapego. Da trilogia, achei o menos poético, talvez por ser o que possui um ritmo mais próximo ao cinema ocidental e ser mais atrelado a acontecimentos do que a uma atmosfera lírica, como os anteriores. Ainda assim, é um filme muito acima da média e um ótimo fechamento para a trilogia. Tecnicamente, o filme manteve as mesmas virtudes dos anteriores (inclusive, achei incrível a capacidade do diretor em manter a estabilidade dos filmes - apesar de gostar mais de "A Canção da Estrada", tenho de ressaltar que todos mantêm o mesmo nível e qualidade). Excelente o trabalho de interpretação de Soumitra Chatterjee, em especial da metade do filme para o fim, momento de maior dramaticidade da obra. Filme maravilhoso, a trilogia toda é magnífica e recomendo demais!
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