Filme do dia (29/2021) - "O Rei e Eu", de Walter Lang, 1956 -Sião, 1862. A professora Anna Leonowens (Deborah Kerr) chega ao país, contratada pelo rei Mongkut (Yul Brynner), para educar a extensa prole real. O choque cultural será gigantesco e trará situações de tensão entre o monarca e a professora.
Assisti a um sem número de vezes trechos da cena da dança do rei com a professora. Isso me despertou a curiosidade em ver a obra. O problema é que não sou grande aficionada por musicais - mas mesmo assim, insisti. Grande equívoco (para mim). Não tenho dúvida que o filme pode ser considerado um dos grandes musicais da década de 50 - ele tem boas músicas, bons números musicais, uma direção de arte estupenda e uma história exótica. Mas, além de não gostar tanto de musicais, ainda não consigo me despir dos meus olhos críticos em relação ao mundo. Claro que entendo que minha leitura da obra é atual e que o que me incomodou no filme nem era pensado na década de 50 (quiçá no século XIX), o que torna meu incômodo extemporâneo, mas é fato que o choque cultural do filme tende demais para a aculturação de um povo - e isso não me agrada. O que foram as esposas do rei vestidas de damas inglesas ? Aquilo me chocou. Outra coisa que sempre me incomoda em Hollywood é a forma irreal e pouco fiel como são mostrados outros povos e culturas - como os eternos "mariachis" em filmes sobre o Brasil. Assim, não consegui ver um filme sobre o Sião sem achar tudo ali muito fake, "coisa para americano ver". Mas, afastando minhas observações impertinentes, certamente é um filme grandioso, feito para ser um blockbuster e ganhar todos os prêmios disponíveis - ele foi agraciado com os Oscars de Melhor Ator para Yul Brynner, Figurino, Direção de Arte, Música Original e Mixagem de Som, além dos Globos de Ouro de Melhor Atriz para Deborah Kerr e Melhor Filme Musical. Dos prêmios, só discordo do Oscar de Melhor Ator - desculpe aí, mas a interpretação de Yul Brynner para o rei só encontra eco no imaginário doente dos produtores de Hollywood. Sei lá, o filme não me agradou e sei que o problema está, em grande parte, em mim mesma. Como diria Glória Pires - "Não sou capaz de opinar" rs.
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