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  • hikafigueiredo

“O Sabor da Magia”, de Paul Mayeda Berges, 2005

Filme do dia (13/2024) – “O Sabor da Magia”, de Paul Mayeda Berges, 2005 – Tilo (Aishwarya Rai) é uma jovem e bela indiana que possui uma loja de especiarias na Califórnia. Ela tem uma ligação mágica com os temperos que possibilita a ela ajudar as pessoas através de especiarias e receitas. Mas a magia de Tilo tem um preço: ela não pode se envolver com nenhum homem e jamais se deixar tocar.




 

Já comentei que tenho certo fascínio por algumas temáticas, dentre as quais os filmes que tratam de comidas de qualquer espécie. Existem inúmeros filmes que discorrem sobre a arte da cozinha e, por qualquer motivo, um número gigantesco deles são comédias românticas ou romances declarados, este último, o presente caso. A história gira em torno de Tilo, uma indiana que tem o poder de prever o futuro e que possui forte ligação com as especiarias. É através de sua sensibilidade para temperos que Tilo ajuda, de diversas formas, os clientes de sua loja de especiarias. Ocorre que sua magia está condicionada à solidão – as especiarias não aceitam dividir Tilo com um eventual pretendente. Tilo aceita a condição, até que, um dia, conhece Doug (Dylan McDermott), um arquiteto que sofre um acidente em frente à loja e é ajudado por ela – e, pela primeira vez, a condição “pesa”. O filme vai tratar, de leve, da questão dos imigrantes – a necessidade dos imigrantes em não perderem suas raízes, manterem sua cultura e crenças e se relacionarem com seus iguais; trata, ainda, do preconceito contra aquilo que nos é diferente, da tendência à aculturação e do choque entre culturas diversas. Ainda que existam estas questões, elas estão bastante diluídas na narrativa e certamente passarão batido por muitos espectadores, principalmente porque o romance da história fica em primeiríssimo plano quase o tempo todo. A narrativa prioriza a linearidade, mas, aqui e ali, surgem alguns flashbacks da vida de Tilo, assim como algumas previsões do futuro por parte da protagonista. O ritmo é lento a moderado e a atmosfera é aconchegante (a loja de Tilo, em especial, é um lugar extremamente acolhedor e, ainda que não possamos sentir os odores, é fácil de imaginar a explosão de cheiros e sensações daquele lugar). A obra não ousa praticamente nada em sua forma, é um filme bastante convencional, mas traz uma fotografia muito bonita, que aproveita as muitas cores da loja de Tilo. O elenco é encabeçado por Aishwarya Rai, uma atriz que traz todo o magnetismo das mulheres indianas e faz uma Tilo que alia força e doçura em uma só personagem; Dylan McDermott cumpre seu papel como Doug, mas confesso que faltou certo “it” ao personagem. Nitin Ganatra interpreta Haroun, amigo de Tilo – aliás, o elenco traz inúmeros atores e atrizes de origem indiana e africana, ótimo para a questão da representatividade. O filme é gostosinho, leve e confortável, ótimo para se ver num dia preguiçoso ou a dois, mas, claro, não tem qualquer profundidade. Recomendado para quem quer ver algo bem suave e romântico.

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