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hikafigueiredo

"O Terceiro Olho", de Mino Guerrini, 1966

Filme do dia (122/2022) - "O Terceiro Olho", de Mino Guerrini, 1966 - Após sua noiva falecer em um suspeito acidente, Mino (Franco Nero), um jovem conde dominado pela mãe possessiva, entra em uma espiral de loucura e violência.





Apesar de fazer parte de um box sobre terror gótico italiano, o filme traz muito mais elementos de um giallo do que propriamente do gênero terror. Está certo que eu sou meio suspeita quando me atrevo a classificar filmes de terror - para mim, o gênero está intimamente ligado aos elementos sobrenaturais: tem que ter demônio, bruxa, espírito maligno, criaturas estranhas, ocorrências inexplicáveis pela física, senão não vale e qualquer coisa diferente disso para mim é suspense. Aqui no caso, o que temos é um personagem caminhando rapidamente para a insanidade e violência, motivo pelo qual eu o classificaria mais como um thriller, mais especificamente um giallo - subgênero do suspense/terror italiano ligado a assassinatos em série, geralmente de vítimas mulheres, com violência gráfica explícita e certo apelo popular nos moldes do exploitation. Mas, como a obra ainda mantém certa atmosfera sombria, ela ainda guarda ecos do gótico, ficando meio que entre os dois subgêneros. A história começa mostrando o Conde Mino em uma relação abusiva com sua mãe ciumenta e possessiva, relação abusiva esta que ele reproduz com sua bela noiva Laura. Após uma discussão com o noivo, Laura retorna para sua cidade, pois sua irmã chegará de viagem. No entanto, no trajeto para casa, Laura sofre um acidente de carro e acaba falecendo. Após esse fato, Mino gradativamente começa a perder contato com a realidade, transformando-se em um verdadeiro psicopata. A narrativa é linear, em um ritmo marcado e acompanhada de um "climão" pesado. O roteiro começa bem, mas, aos poucos, começa a dar uma rateadas e, principalmente no terço final, deixa de evoluir "redondinho" e perde um pouco a mão. Os maiores trunfos da obra estão no estabelecimento da tal atmosfera sombria, muito bem posta, principalmente pelo uso de uma fotografia P&B bem contrastada, aproveitando muito bem os claros e escuros, e no elenco de qualidade (e beleza indiscutível), com destaque para Franco Nero como Mino - sua escalada de loucura é desenvolvida com cuidado e de forma convincente -, Gioia Pascal como Marta - a personagem, obcecada por Mino, faria qualquer coisa por sua paixão e a atriz passa isso ao espectador com facilidade -, e Olga Sobelli como a condessa tresloucada e possessiva - a atriz tem uma cara de sogra-cobra que me deixou impressionada!!! No elenco, ainda, a bela atriz Erika Blanc como Laura - o que ela tem de fraquinha como intérprete ela tem de bonita (rs). Não posso dizer que achei o filme qualquer coisa de muito especial. Primeiro porque o giallo não é um subgênero que me agrade; e segundo, porque achei que o roteiro se perde quanto mais se aproxima do fim. Para coroar o bolo, a cópia original do filme (que deu origem à mídia física em questão) não se encontra em muito bom estado, o que compromete um pouco a experiência. Ah, acredito que em pouco tempo nem vou me lembrar do filme. Recomendo só para aficionados em filmes de múltiplos assassinatos.

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