Filme do dia (28/2017) - "O Vampiro", de Carl T. Dreyer, 1932 - Allan Grey (Julian West) é um jovem obcecado pelo sobrenatural. Em uma viagem, Allan chega a uma pequena aldeia e intui algo de diferente no local. Aos poucos, começa a ter evidências da existência de vampiros e outros seres malignos naquele vilarejo.
Primeiro filme falado do diretor, a obra caracteriza-se pela economia de falas e pela exuberância das imagens. O filme é muuuuuito bom!!!! Todos os artifícios possíveis em termos de imagem são utilizados no intuito de criar suspense, tensão e um clima de terror, desde jogos de luz e sombra, até efeitos especiais (como dupla exposição do filme fotográfico, muito utilizado por George Mèlies no começo do século XX). A fotografia do filme é excepcional - os enquadramentos são sofisticadíssimos, alguns movimentos de câmera também. Uma cena em especial me marcou - um cortejo fúnebre acontecendo sob o ponto de vista do cadáver - genial! Em outra, um personagem é morto, vagarosamente, por soterramento, criando uma sensação de agonia incrível. As interpretações são um pouco irregulares - em algumas cenas Julian West mostra-se bem inexpressivo, mas, em outras, seu olhar se enche de terror e apreensão, o mesmo acontecendo com outros intérpretes ao longo da narrativa. O roteiro, no início, parece confuso, mas, aos poucos, tudo se encaixa (e a confusão inicial até ajuda no clima de tensão). O filme é ótimo, eu fiquei impressionada e recomendo para quem curte climas sombrios e bom cinema!
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