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  • hikafigueiredo

"Ondas de Pavor", de Ken Wiederhorn, 1977

Filme do dia (49/2022) - "Ondas de Pavor", de Ken Wiederhorn, 1977 - Um pequeno barco de passeio fica encalhado nos recifes em torno de uma ilha afastada. Os passageiros desembarcam na ilha e descobrem, em pouco tempo, que ela é habitada por terríveis zumbis nazistas.





KKKKKKKK!!! Sim, é isso mesmo que vocês leram na sinopse. Eu compro os boxes de filmes de terror e de zumbis e, de repente, vem essas pérolas!!! Alçada a "cult movie", a obra é integrante do subgênero de terror "zumbi nazistas" e, como era de se esperar, é uma "trasheira" sem limites. Produzida com um orçamento pífio de inacreditáveis duzentos mil dólares, a obra só integra o rol de filmes de terror B porque não criaram categorias C, D ou E. O filme é de uma ruindade que chega a ser divertido e curioso!!! O roteiro é tão canhestro que o espectador fica com vergonha alheia - as ações não têm motivação, os personagens são rasos, o desenvolvimento da trama é despropositado. Os personagens passam cem por cento do tempo discutindo entre si e correndo de um lado para o outro, sem nenhuma lógica aparente. A narrativa é um grande flashback da única sobrevivente do barco, resgatada, com vida, em um bote à deriva. O ritmo é ágil, mas gratuito. A atmosfera é o que o filme tem de melhorzinho - a obra é hábil em criar certa angústia diante daquelas criaturas estranhas: os zumbis em questão, em belos uniformes da SS, não lembram em nada os tradicionais mortos-vivos em decomposição; pelo contrário, tirando pelos olhos, sempre escondidos por potentes óculos escuros, eles parecem em bem melhor forma que eu (não que isso seja muita vantagem... rs). Fato é que sua aparência e forma afrontosa de agir causam estranhamento e impacto no espectador - mas é só isso mesmo. Tecnicamente, a obra é bem meia boca, trazendo fotografia, som e edição de qualidade para lá de discutível (tem uma cena, em especial, que, para indicar um sol inclemente, optaram por, simplesmente, meter um filtrão amarelo que parecia que todos os personagens estavam com hepatite!!!). Mas, triste mesmo, foi ver duas lendas dos "terror movies" sendo completamente desperdiçadas na produção - os excepcionais Peter Cushing e John Carradine, o primeiro como oficial da SS e o segundo como um interessante capitão de navio. A participação dos dois atores é mínima, eles entram e saem do filme de um jeito besta e estão lá apenas para chamar público através de seus nomes famosos. E, cá entre nós, o único momento em que alguém interpreta seu papel decentemente no filme é na cena do jantar, quando John Carradine impõe alguma espessura no seu personagem (para ser descartado logo em seguida). O resto do elenco é sofrível trazendo nomes desconhecidos como Fred Buch, Luke Halpin e Don Stout. A atriz Brooke Adams, um pouquinho melhor, acabou participando de boas produções futuramente, como "Cinzas no Paraíso" (1978), a refilmagem "Invasores de Corpos" (1978) e o "Na Hora da Zona Morta" (1983), aqui interpretando Rose, a sobrevivente. Enfim, o filme é ruinzão de tudo, mas traz certa aura de "cult" e o espectador pode assisti-lo com curiosidade antropológica. Eu confesso que me diverti com tamanho besteirol, mas acho pouco provável repetir a dose. Só para quem curte filme (bem) ruim.

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