"Pelos Caminhos do Inferno", de Ted Kotcheff, 1971
- hikafigueiredo
- 26 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Filme do dia (56/2021) - "Pelos Caminhos do Inferno", de Ted Kotcheff, 1971 - John Grant (Gary Bond) é o professor de uma pequena escola perdida no meio do Outback australiano. Às vésperas do Natal, ele parte de trem rumo a Sidney para encontrar sua namorada. No meio do caminho, ele para na cidade de Bundanyabba, onde conhecerá o lado mais sombrio do homem.

Mesclando os gêneros drama e thriller, o filme é um retrato do embrutecimento do ser humano propiciado pelo ambiente inóspito, a ausência de perspectivas e o vazio existencial. Vindo de um lugarejo encravado no meio do deserto, o professor acaba em uma cidade onde os moradores encontram-se tomados pela bebida e pelo jogo. Rapidamente, ele será "engolido" por uma realidade violenta, onde todos agem de maneira bestial, abandonando qualquer sinal de humanização e civilização. Aqui, como no filme "A Longa Caminhada" (1971), também temos horríveis cenas de caçadas reais (mas que obsessão dos diretores australianos pelo assunto!) que novamente me fizeram fechar os olhos por todo um seguimento de filme. O filme traz uma atmosfera pesada e claustrofóbica, fazendo com que o espectador se sinta mal diante da degradação dos personagens. O ritmo, inicialmente vagaroso, torna-se cada vez mais intenso, com seu clímax nas indigestas cenas da caçada. Gary Bond interpreta o professor que, paulatinamente, equipara-se àqueles habitantes que, em um primeiro momento, tanto o horrorizaram - interpretação honesta. Também merece destaque o trabalho de Donald Pleasence como "Doc" Tydon, um médico alcóolatra e "largado" que acolhe o professor em seu "barraco". Apesar do desgosto que eu tive com algumas cenas, o filme é excelente, muito sensorial, trazendo uma gama enorme de emoções ao espectador. Ótima pedida. Recomendo.
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