- hikafigueiredo
"Poder Sem Limites", de Josh Trank, 2012
Filme do dia (105/2022) - "Poder Sem Limites", de Josh Trank, 2012 - Os amigos Andrew (Dane DeHaan), Matt (Alex Russell) e Steve (Michael B. Jordan) fazem uma incrível descoberta - em uma área afastada da cidade, encontram uma estranha formação rochosa que, após o contato, lhes proporciona poderes extraordinários. Mas, o que fazer quando ter estes poderes fazem com que seus possuidores se sintam superiores às demais pessoas?

O filme, uma gostosa ficção científica com um pé no thriller, abre uma interessante discussão acerca do que o poder pode fazer com aqueles que o detém. Em outras palavras, a obra discorre sobre como o poder tem a capacidade de "flexibilizar" a ética e abolir a empatia e a humanidade daqueles que o possuem. Na história, se num primeiro momento os jovens se divertem com suas novas habilidades, utilizando-as de uma forma pueril, quase como crianças encantadas com um novo brinquedo, aos poucos a natureza de suas atitudes mudam e estes passam a fazer uso de seus poderes para subjugar desafetos e até mesmo amigos desavisados. Quanto ao tema, diria que a obra trava um diálogo interessante com filmes como "O Experimento de Aprisionamento de Stanford" (2015), "A Experiência" (2001) e até mesmo "O Senhor das Moscas" (1990), todos expondo uma face soturna e cruel dos seres humanos quando detentores de poder. Ah, mas não pense que a obra, por sua temática, torna-se difícil de digerir - nada disso, o filme é bem para entretenimento e quem quiser ignorar o assunto central tem como fazer isso sem dificuldade. A narrativa é linear, num ritmo marcado e crescente. O roteiro tem um desenvolvimento bem gradual e não apresenta "pulos" - gostei bastante. Algo que eu não curto muito, provavelmente pelo exaurimento de seu uso, é o formato "found footage", presente na obra - para quem não sabe o que é isso, é aquele tipo de filme onde a história simula um documentário e tudo é visto através da lente de uma câmera, nos moldes de "A Bruxa de Blair" (1999), "REC" (2007) e "Cloverfield" (2008). Formalmente, o filme é bastante convencional e, se for para destacar algo, chamo a atenção para os muitos efeitos especiais que, se não são excepcionais, são suficientemente bons para convencer o espectador e inseri-lo naquela narrativa fantástica. Quanto ao elenco, temos Dane DeHaan no papel central como Andrew - o personagem traz certa complexidade e DeHaan consegue interpretá-lo com dignidade; Alex Russell interpreta Max, o primo de Andrew e aquele que será, em certo momento, seu antagonista (sem spoilers) - o ator imprime certa leveza ao personagem, mesmo em momentos mais tensos; Michael B. Jordan, lindo como sempre, interpreta o jovem Steve e esbanja simpatia com seu sorriso franco e aberto (sim, eu sou fanzaça dele, me deixa!!!!). Na real, o filme me surpreendeu muito positivamente, eu não esperava uma história tão legal e amarradinha. Recomendo especialmente para quem curte ficção científica e gosta de ação.