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hikafigueiredo

"Powaqqatsi", de Godfrey Reggio, 1988

Filme do dia (85/2016) - "Powaqqatsi", de Godfrey Reggio, 1988





"Powaqqatsi":no idioma hopi, significa entidade ou modo de viver que consome a força vital de outros seres de maneira a prolongar sua própria vida. Nessa segunda parte da trilogia "qatsi", o diretor sai do ambiente (tema de "Koyaanisqatsi") e fecha o foco no homem. Passando pelo trabalho, fé, manifestações culturais, a obra retrata os invisíveis, os que não tem voz, os esquecidos, contrapondo a vida de sociedades tradicionais à sanha devoradora da moderna sociedade industrial. O nome do filme, aliás, já é, por si só, uma ótima descrição do capitalismo e uma evidente crítica a esse modo de produção. Alternando belas imagens com muitas outras incômodas e transtornantes, o filme tece um verdadeiro "patchwork" da sociedade como um todo. Os muitos closes e os olhares perscrutadores dos retratados chegam a causar desconforto no espectador, efeito evidentemente proposital. Novamente a música de Philip Glass acompanha o bombardeio de imagens, levando o espectador a um quase transe. Apesar de ótimo, perde para o primeiro filme da trilogia, talvez por ser mais contundente e, por isso, mais desconfortável, ou, ainda, por ser um pouco repetitivo, insistindo em imagens que exaurem o tema. Belo, mas triste, é indubitavelmente uma grande viagem. Recomendo para quem topa obras mais experimentais.

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