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  • hikafigueiredo

"Quadrophenia", de Franc Roddam, 1979.

Filme do dia (152/2020) - "Quadrophenia", de Franc Roddam, 1979. Londres, 1964. Jimmy Cooper (Phil Daniels) é um jovem sem muitas perspectivas que encontra conforto para suas questões existências na companhia de uma gangue de jovens - os "Mods". Com sua lambreta customizada e ternos sob medida, Jimmy passa as noites bebendo e se drogando junto com seus amigos "Mods". Uma viagem à cidade praiana de Brigthon fará com que Mods e a gangue rival "Rockers" encontrem-se, com sérias consequências para os envolvidos.



A obra é baseada no álbum homônimo do grupo The Who, uma ópera-rock sobre Jimmy e a juventude inglesa dos anos 60. A narrativa do filme foca em Jimmy, um jovem que encarnaria as angústias e frustrações da sua geração na Inglaterra dos anos 60. O rapaz encontra acolhimento e sensação de pertencimento junto à gangue dos "Mods", os quais se contrapõem à gangue rival, os "Rockers". Aqui temos um retrato sem qualquer glamour dos jovens ingleses, do vazio existencial, das angústias e da falta de perspectivas daquela juventude. Assumo que fiquei meio incomodada com aquela imagem de jovens agindo em manada, comportando-se como um bando de babuínos - com perdão aos babuínos -, todos no velho esquema de "rebeldes sem causa". Pelo visto, o esquema de "revolta juvenil" repete-se, incessantemente, desde o início dos tempos. Até uma certa altura, a obra apenas retrata o comportamento daquele grupo de rapazes e moças, mas, já mais perto do fim, a crítica àqueles jovens e àquelas condutas transparece, ainda que sutil, perdendo a sutileza bem no finalzinho. O filme tem uma narrativa fluída, fácil, segue tempo cronológico e linear e tem um ritmo relativamente lento, com picos onde o ritmo acelera bastante. Gostei demais da fotografia e da direção de arte - as lambretas customizadas e envenenadas dos "Mods", suas roupas iguaizinhas, tudo criando uma identidade "Mod", achei bem interessante, o mesmo valendo para os "Rockers" e suas motocicletas furiosas. Fortíssima é a trilha sonora, quase inteiramente da banda The Who, com algumas poucas músicas de outros autores. No elenco, Phil Daniels está ótimo como o revoltado Jimmy, que mal consegue viver em sociedade sem se comportar como um lunático; Leslie Ash interpreta Steph, a paixão de Jimmy; Sting aparece, novinho, como o popular Ace Face. O filme é interessante, envolvente, mas não chega aos pés da outra ópera-rock do The Who, "Tommy" (filme de 1975), que eu assumidamente adoro. De qualquer forma, acho que é um filme que vale a visita, motivo pelo qual recomendo.

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