Filme do dia (17/2020) - "Quando as Mulheres Esperam", de Ingmar Bergman, 1952 - Quatro mulheres, casadas com quatro irmãos, esperam, em uma casa de campo, pela chegada de seus maridos. Durante o período que estão juntas, cada uma das cunhadas narra uma passagem envolvendo seu esposo, tida como um momento importante de sua vida matrimonial.
A obra, formada por histórias menores e independentes entre si, discorre sobre os relacionamentos amorosos, o casamento, a (in)fidelidade, a lealdade, o companheirismo, a atração sexual, os medos e inseguranças das mulheres dentro de uma relação, a maternidade, a solidão, dentre outras coisas. Apesar de ser um filme do genial Bergman - o que, por si só, já é um selo de qualidade - as sequências internas são irregulares e algumas histórias são melhores que outras. A melhor sequência, disparado, é a do casal Karin (Eva Dahlbeck) e Fredrik (Gunnar Björnstrand) que, presos em um elevador, fazem confissões, algumas verdadeiras e outras nem tanto, e que tem um incomum tom cômico, deixando de lado a habitual seriedade e circunspecção bergmaniana. Destaque absoluto para o diálogo ágil, pontual e, por vezes, irônico, entre estes dois personagens, que travam um verdadeiro desafio de confissões comandados por Karin, tudo no cenário quase único e "compacto" de um elevador!!! Genial!!!! Atenção, também, para a fotografia, cheia de planos e posicionamentos de câmera sofisticados e de rara beleza. Das interpretações destaco justamente o trabalho de Eva Dahlbeck e Gunnar Björnstrand, impecáveis como o casal Karin e Fredrik (por qualquer motivo, Björnstrand me lembrou Kevin Kline, ator que adoro, o que já me fez simpatizar com ele). Não diria que este filme compõe o panteão de obras impecáveis do diretor, mas, ainda assim, é um filme de qualidade indiscutível. Recomendo, mas para ver depois de outras obras do diretor mais "obrigatórias".
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